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O amor é cego, a paixão deixa as pessoas bobas. Quem já se apaixonou provavelmente se sentiu um pouco abobalhado, sorrindo à toa, sem motivos. É o famoso passarinho alegre que aparece e muda a vida da gente da noite para o dia.
A paixão faz a gente perder o controle e fazer coisas que não faríamos em nosso estado “normal”. É como se o nosso cérebro nos mandasse virar para a esquerda e o coração nos fizesse virar para a direita. Com o intuito de entender essa perda de autocontrole provocada pela paixão, cientistas do Instituto Nacional de Ciências Fisiológicas, no Japão, observaram o comportamento do cérebro de jovens apaixonados.
De acordo com a Superinteressante, os neurologistas realizaram testes com 113 voluntários para coletar exames de imagem dos seus cérebros. Eles foram distribuídos em dois grupos. No primeiro, metade havia iniciado um relacionamentos há cerca de um mês, ou seja, estavam naquela fase de paixonite aguda. No outro grupo havia apenas solteiros. Os participantes tiveram, também, que responder um formulário sobre o seu estado de felicidade naquele momento.
Os voluntários que estavam em relacionamento havia um mês mostraram-se mais felizes, o que foi detectado no exame de imagem devido à redução de uma área cerebral, quando comparada com a dos solteiros. Essa área, chamada corpo estriado dorsal, faz parte de uma região do cérebro que trabalha com o sistema de recompensa, cuja função é nos fazer sentir bem. Ela atua processando estímulos positivos, como comer chocolate, fazer sexo ou usar drogas.
A pesquisa ainda não pode explicar a razão pela qual o corpo estriado dorsal dos apaixonados é menor, mas os cientistas supõem que a região diminui em resposta aos “sintomas do amor”. Isso quer dizer que o cérebro atuaria tentando manter um equilíbrio, já que as primeiras fases de um relacionamento amoroso poderiam sobrecarregar o sistema de recompensa.
Ainda é preciso fazer mais estudos para descobrir se há alguma alteração neurológica provocada pelo corpo estriado dorsal para, então, confirmar se o encolhimento da área tem a ver mesmo com o amor.
Outra fase do estudo seria analisar essa região ao longo da vida da pessoa, pois quem a tem mais reduzida poderia ter mais propensão a se apaixonar.
O estudo ainda não elucidou esses mistérios, que são apenas mais alguns que a paixão guarda.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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