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Se você é aquela pessoa asséptica que acredita que as bactérias são as grandes causadoras de doenças, saiba que elas podem ser a cura para algumas delas. É o que prova uma pesquisa feita pela Universidade Católica de Lovaina (UCL), na Bélgica, e publicada pela revista Nature, que descobriu ser uma proteína capaz de prevenir o desenvolvimento da obesidade e da diabete tipo 2.
Segundo a BBC, os testes, feitos em ratos, trazem novas perspectivas para o desenvolvimento de tratamentos para a obesidade e a diabetes, que atingem cerca de 600 milhões e 400 milhões de pessoas, respectivamente, em todo o mundo.
A proteína, nomeada de Amuc 1100, é parte da membrana externa da bactéria Akkermansia muciniphila, que habita a flora intestinal de animais vertebrados, como o homem. O estudo descobriu que, se a proteína for administrada em grande quantidade, pode bloquear totalmente a intolerância à glicose e a resistência à insulina, seja em uma dieta normal, seja em uma dieta rica em gordura.
O cientista Patrice Cani, líder da equipe de pesquisadores, explica que: “A permeabilidade intestinal é responsável pela passagem ao sangue de determinadas toxinas que contribuem para o desenvolvimento da diabete, de inflamações, para o fato de que algumas pessoas obesas sintam fome constantemente e para várias desordens metabólicas”.
A proteína funciona como uma barreira capaz de reduzir a energia absorvida pelo intestino, que provoca o aumento da massa corporal.
A Akkermansia muciniphila já era conhecida pela sua capacidade de reduzir de 40 a 50% o ganho de massa corporal e de resistência à insulina em ratos desde 2013, mas os testes em humanos encontravam dificuldades, como reproduzir de forma sintética a bactéria, já que ela é sensível ao oxigênio.
A solução para o problema foi o processo de pasteurização, em que a proteína é aquecida a 70 graus conservando as bactérias as suas propriedades e mais: elas dobram a sua eficácia, ao bloquear completamente o desenvolvimento da obesidade e da diabetes tipo 2, sem depender de uma dieta. Segundo Cani, isso significa que “a pasteurização elimina o que é desnecessário na bactéria e preserva a proteína, o que explica essa eficácia multiplicada”.
Os primeiros testes com a Akkermansia muciniphila pasteurizada já começaram a ser feitos em humanos. Os resultados indicam que ela não apresenta riscos à saúde.
Durante um período de 15 dias e, também, pelo período de 3 meses, quatro grupos de dez voluntários foram submetidos a testes, que consistiam em um grupo tomar uma dose diária de um bilhão de bactérias vivas; outro grupo, 10 mil bactérias vivas; o terceiro, um bilhão de bactérias pasteurizadas; e o último recebeu um placebo.
A segunda etapa de testes, que vai ser concluída em 2017, consiste em avaliar os efeitos clínicos da bactéria sobre a obesidade e a diabetes com mais de 100 voluntários.
Se todos os testes apresentarem resultados positivos, inicia-se a fase de desenvolvimento de um produto terapêutico contra a obesidade e a diabetes.
Para se desenvolver um remédio, é preciso fazer mais testes, de acordo com os pesquisadores, para avaliar o uso da proteína isolada em humanos e como produzi-la em larga escala.
Todo o processo levaria, ao menos, dez anos para ser concluído. Mas os primeiros passos para a cura dessas duas doenças graves e que afetam tantas pessoas já foram dados!
A expectativa do grupo de pesquisadores é, também, comprovar a eficácia da Akkermansia muciniphila sobre outras doenças relacionadas, como: alto nível de colesterol, arteriosclerose, inflamação intestinal e, até mesmo, câncer.
Tomara que os resultados sejam positivos e que a Akkermansia muciniphila demonstre ser uma superbactéria do bem.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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