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A goma de mascar tem várias denominações: pastilha elástica, chiclé de bola ou chiclete, como é mais conhecido. Se mascar chicletes parece algo inofensivo, conheça os porquês desse hábito ser prejudicial à saúde e ao meio ambiente.
Antes de se tornar um produto industrializado, a goma de mascar era feita a partir do látex, denominado chicle, proveniente de uma árvore chamada sapotizeiro. Sendo assim, o chiclete era um produto natural, mas as coisas foram mudando.
Com o aumento do consumo e a necessidade de criar uma matéria-prima que substituísse a resina dessa árvore, que não era suficiente para demanda, produção e consumo, a goma de mascar passou a ser feita, principalmente, a partir de matéria-prima sintética de origem mineral, trocando em miúdos: o plástico.
A matéria-prima da goma de mascar, que antes era o látex vegetal proveniente de alguns tipos de árvores, foi substituída por polímeros derivados de petróleo, que são utilizados na fabricação de materiais como colas, adesivos, pneus e lubrificantes de motores, entre outros.
Na base da goma, comumente, são misturados açúcares, glucose, corantes, aromatizantes, edulcorantes e outros aditivos, que têm a finalidade de torná-la mais palatável, cheirosa, colorida, atrativa e agradável.
Uma outra matéria-prima que pode ser utilizada como base para goma de mascar é a gelatina neutra, proveniente do couro de boi.
Outros componentes que fazem parte da sua formulação, e que podem ser de origem animal, são a glicerina e glicerol.
A maioria dos fabricantes de chicletes registram no rótulo do produto a “goma-base” como um de seus ingredientes principais, e encobrem o fato de que petróleo, gelatina de couro de boi, lanolina, glicerina, polietileno, acetato de polivinila, cera de petróleo, ácido esteárico, entre outros, podem fazer parte de sua composição e podem ter efeito alérgeno no organismo (causar alergias e inflamações).
Alguns polímeros que podem constituir a goma de mascar são o PVA e o polyisobutylene, utilizados em vários produtos que não são comestíveis.
Devido às regras de padrões de identificação das indústrias, os fabricantes não são obrigados a discriminar tudo o que compõe seus produtos.
Segundo a indústria química francesa Dertoline, a mesma matéria-prima usada em seus produtos adesivos Dercolitos – que são usados como cola de rótulos e fitas adesivas – é utilizada como base para chicletes.
Como vimos, só pela composição do chiclete, existem várias questões a se repensar que afetam nossa saúde, a vida dos animais e a preservação do meio-ambiente. Porém, não acaba aqui.
Para saber como é a produção da goma de mascar industrializada, assistam este vídeo do canal Manual do Mundo, apresentado por Iberê Thenório.
O hábito de mascar goma remonta à Grécia Antiga. O “chiclete” que os antigos gregos mascavam provinha de uma resina de árvore chamada Mastiche, eles a usavam para limpar os dentes.
Mas o hábito de mascar, também ocorria entre os índios da Guatemala, que mascavam uma resina denominada chicle, extraída de uma árvore chamada sapotizeiro, para estimular a salivação.
Os Maias, no México, mascavam esta mesma goma extraída do sapotizeiro. Os Astecas, posteriormente, assimilaram este hábito.
Foi no século XIX que fora inventado o chiclete feito da seiva (chicle) do sapotizeiro, oriunda de um projeto que não deu certo de produzir pneus com a resina (látex) desta árvore, mas que acabou funcionando para fazer a pastilha elástica.
Essa invenção ocorreu na década de 1860, quando o presidente e general mexicano Antonio López de Santa Anna, ao vir se exilar nos Estados Unidos, trouxe e apresentou para o fotógrafo e inventor nova-iorquino Thomas Adams Jr., uma resina cremosa (látex) que era o chicle do sapotizeiro. Thomas Adams Jr. tentou, sem resultado, vulcanizá-la, para fazer borracha de pneus. O projeto de fabricar pneus com esta resina não deu certo porque a goma ficou muito mole, o que inviabilizou a produção destes produtos.
Como Adams viu Antonio Lopez mascando a resina chicle do sapotizeiro, hábito comum dos povos da América Central, resolveu reaproveitar o estoque de resina do projeto fracassado, produzindo a goma de mascar. Thomas Adams, em meados de 1870, adicionou água à esta resina e dessa mistura surgiu a goma de mascar que recebeu o nome de Chiclete. Dessa invenção, Thomas Adams produziu 200 unidades e vendeu em uma farmácia, a 1 centavo cada.
Em 1871 foi criada a Adams Sons e Company, onde Thomas Adams patenteou uma máquina para produção, em larga escala do Chiclete.
Com o aumento do consumo deste produto e o desenvolvimento do processo industrial, o Chiclete foi recebendo modificações em sua formulação e fabricação.
As duas guerras mundiais, favoreceram o aumento do consumo da pastilha elástica, não só nos Estados Unidos mas no mundo inteiro. O chiclete começou a ser consumido como uma forma de acalmar as tensões vividas neste período.
Devido à popularidade que o chiclete foi tendo e ao aumento do seu consumo, novos fabricantes foram surgindo, criando novas formulações para essa guloseima mastigável.
Por conta desse aumento no consumo e a necessidade de aumentar a produção, os fabricantes tiveram que procurar outras matérias-primas que substituíssem as resinas naturais e vegetais que não eram suficientes para a demanda de fabricação.
Surgiram novos e variados tipos de chicletes: sem açúcar; com adoçantes ou higienizantes para os dentes; coloridos; diversos sabores, formas e tamanhos; com recheio e casquinha e muitas novas marcas de pastilhas mastigáveis ou goma de mascar.
O chiclete, a partir daí, foi se tornando um hábito, ou até um vício, principalmente, entre os jovens.
Da resina vegetal para a industrial ocorreram muitas modificações que tornaram o chiclete prejudicial em vários aspectos: saúde, vida animal e meio ambiente.
Vamos saber, a seguir, os prejuízos que esta inofensiva guloseima mastigável provoca para nossa saúde, apesar de existirem controvérsias que serão comentadas e contestadas neste conteúdo.
Os primeiros chicletes, como já relatado, eram feitos de plantas que possuíam propriedades nutritivas e medicinais. Era um produto natural e que até fazia bem.
Como o processo industrial visando a fabricação em massa e o aumento do consumo do produto, foram adicionados ao chiclete aditivos e produtos químicos que podem prejudicar nossa saúde.
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Alguns profissionais da saúde ou estudos científicos defendem que o chiclete traz benefícios para quem o mastiga.
Vamos listar alguns deles, para poder lançar uma reflexão sobre o assunto.
Mas tais benefícios são contestáveis. Se fizermos um balanço, existem mais desvantagens e prejuízos no ato de mascar o chiclete que hoje temos ao nosso alcance, e que é bem diferente da goma natural que lhe deu origem.
Halitose pode estar associada a problemas estomacais, do fígado ou na boca, exigem tratamento e cuidados específicos, o chiclete pode até agravar esses problemas. A melhor forma de cuidarmos de nossa boca e de nossos dentes é com a escovação e com os tipos de alimentos que ingerimos.
Uma alimentação pobre de nutrientes e cheia de aditivos e açúcar refinado, tem mais probabilidades de tornar os dentes suscetíveis à cárie ou à descalcificação. A maioria dos chicletes têm açúcar e os que não têm são mais caros e contêm aditivos dietéticos prejudiciais à saúde, além do que, o que beneficia nossa dentição é a correta e frequente higiene da boca, língua e dentes, e a diminuição do consumo de açúcares.
Os chicletes que não contêm açúcar costumam ser feitos com diferentes tipos de adoçantes, um deles é o sorbitol, que pode causar diarreia, devido a dificuldade do trato gastrointestinal de absorver esta substância. Outro adoçante utilizado é o aspartame, que é oriundo de reações químicas provenientes de uma enzima derivada dos rins dos porcos, embora as maiores fabricantes neguem esse método.
O excesso de aspartame produz a liberação do ácido metanóico no sangue, que é altamente tóxico. Outra substância presente no aspartame é o ácido aspártico, que desencadeia a morte das células e é muito prejudicial para crianças, cujo organismo em desenvolvimento é mais suscetível aos efeitos prejudiciais desse produto. Outra reação danosa que o aspartame provoca no organismo é a liberação de fenilalanina, que em alta concentração pode baixar o nível de serotonina favorecendo o surgimento de desequilíbrios como depressão, esquizofrenia, dor de cabeça e risco de infarto.
O aspartame é difundido como uma substância dietética, e é encontrado comumente em produtos para emagrecimento. Porém , o que não é divulgado é que algumas reações produzidas por este aditivo é o aumento do desejo de consumir carboidratos, produzindo aumento de peso, efeito contrário à sua finalidade. Esta substância embora utilizada por diabéticos, descontrola os níveis de açúcar no sangue podendo acarretar o estado de coma em quem tem diabete.
O consumo de aspartame é proibido para portadores de uma doença rara chamada fenilcetonúria, que produz a incapacidade do organismo da pessoa que sofre desse problema, de metabolizar a fenilalanina encontrada no aspartame, gerando uma série de transtornos em sua saúde.
Além da goma de mascar, existem outros alimentos que contêm aspartame e são: refrigerantes, adoçantes dietéticos, xarope, doces, geleias, barras nutricionais, bebidas e sucos industrializados, em geral.
A concentração ocorre com a prática da atenção ao momento presente. As melhores formas de estimularmos as funções vitais e fisiológicas de nosso organismo como a concentração e a memória, é uma boa alimentação, eficiente hidratação e correta respiração.
Alimentos que contribuem para estimular a capacidade de concentração e da memória e melhoram as funções cerebrais são os cereais integrais, constituídos por nutrientes como vitamina E, vitaminas do complexo B e minerais como selênio, zinco, cobre, ferro, magnésio, potássio e fósforo, trazendo muitos benéficos para a saúde do cérebro e sistema nervoso.
Outra questão é que outro estudo feito pela Universidade Britânica de Cardiff revelou que mascar chiclete, prejudica o cérebro e a memória à curto prazo. Essa informação, de certa forma, contesta a informação das pesquisas que afirmam que o chiclete é bom para a concentração. Concentração dissociada da memória, deixa de ser benéfico, não é mesmo?
Utilizar o chiclete como forma de aliviar estresse e ansiedade, pode se tornar um vício e não vai sanar o problema em sua causa.
Melhor buscar alternativas saudáveis como: relaxamento, contato com a natureza, yoga, uma música que acalme, uma caminhada, uma reflexão sobre o que possa estar desencadeando o estresse, conversar com uma pessoa amiga, entre outras.
Os benefícios que alguns estudos indicam obter através da mastigação do chiclete, podem ser conseguidos de outras formas que não tragam prejuízos para nossa saúde, aos animais e ao meio ambiente.
Aviso: infelizmente no Brasil não existe marca sustentável de chiclete. Um produto sustentável, possui substâncias naturais e vegetais, sem devastar a natureza; e biodegradáveis, que não poluem o meio ambiente.
Nos EUA existem as marcas Simply Gum e a Glee. No México, a marca Chicza gum. Todos os chicletes destas marcas são feitos de goma natural de árvores Maçaranduba.
Agora com todas estes apontamentos, o desconhecimento não será o motivo de vermos esse hábito como algo inofensivo.
Nossas escolhas fazem a diferença para nossa saúde, à vida animal e ao meio ambiente.
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Categorias: Saúde e bem-estar
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