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Ultimamente vem-se falando muito em jejum. Aliás, este tema esteve presente, de algum modo, no Prêmio Nobel da medicina deste ano pois o biologista celular Yoshinori Ohsumi, vencedor do prêmio, estuda os processos de “reciclagem” das células para entender mecanismos fundamentais do nosso corpo. E o jejum é um dos mecanismos que desencadeia esta “reciclagem”.
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Mas a palavra jejum, no pensamento comum, dá a ideia de não comer nada, e, portanto, de passar fome quando, na verdade, por trás do jejum, feito por um período curto e seguindo determinados critérios, pode existir muitas vantagens e benefícios para a saúde como diversas pesquisas vêm confirmando:
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Não é por acaso que a prática do jejum assume um papel muito importante em muitas religiões do mundo. Considerado como um período de penitência, mas também de purificação, o jejum pode ser uma maneira muito simples e barata de melhorar nossa saúde. No entanto, é importante saber como fazê-lo, e portanto, deve-se contar com o conselho de um especialista.
Apresentamos aqui 10 bons motivos para jejuar de vez em quando, lembrando que antes de se abster da alimentação, é melhor procurar um médico.
O jejum fornece uma pausa ao nosso corpo das suas várias funções, inclusive do seu agitado processo diário de digestão e absorção de nutrientes. Ao dar um tempo de comida, portanto, o corpo pode se dedicar à coisas mais importantes.
Por exemplo, diz-se que o jejum ajuda a fortalecer o sistema imunológico e este fato tem sido cientificamente comprovado por Valter Longo, Diretor do Instituto do Envelhecimento da University of Southern California, que analisou 4 dias de jejum assistido e seus efeitos sobre o sistema imunológico em um grupo de voluntários. Como foi salientado pelo Dr. Longo, graças a esta prática “o sistema imunológico se livrou de células inúteis, desnecessárias”. Sua teoria se parece com a do Nobel, ou seja, as células se reciclam.
Pesquisadores americanos da Yale School of Medicine, em um estudo, demonstraram que durante o jejum, o corpo produz uma substância capaz de extinguir a inflamação crônica. Trata-se do β-hidroxibutirato (BHB) capaz de inibir a NLRP3 que por sua vez faz parte de um conjunto complexo de proteínas que guiam a resposta inflamatória em muitas doenças, entre elas várias doenças autoimunes. Tal resultado faz pensar que o jejum terapêutico, no futuro, possa ser usado no tratamento precoce de muitas doenças de base inflamatória.
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Valter Longo concluiu recentemente em seus estudos, que uma dieta imita jejum, ou seja, em uma terapia que não propõe um jejum completo, mas um padrão alimentar que restringe o consumo de determinados alimentos, durante 5 dias por mês, não apenas colabora para a perda de peso, mas retarda os processos de envelhecimento que encurtam a vida e ajuda a prevenir doenças cardiovasculares, diabetes, obesidade e câncer.
O corpo não envolvido na digestão dos alimentos pode se concentrar melhor em sua purificação com a remoção de toxinas através dos seus órgãos excretores. Esta grande limpeza interna ter um impacto positivo sobre a saúde dos órgãos e tecidos.
Por seu poder de desintoxicar o organismo, o jejum é uma ótima maneira de dar nova energia para o corpo e revitalizá-lo, talvez não no exato momento em que você o estiver praticando, mas sim nos dias seguintes.
Muitas vezes, mesmo comendo corretamente e nas quantidades certas de alimentos ricos em vitaminas, aminoácidos, minerais, etc, nosso corpo pode ter dificuldade em absorver e usar da melhor maneira possível tais nutrientes. O jejum purifica do intestino e, por conseguinte, também melhora o seu trabalho de absorção de substâncias boa e necessárias para a nossa saúde.
Uma pesquisa realizada pelo departamento de epidemiologia cardiovascular e genética do Intermountain Medical Center Heart Institute notou o quão jejuar de maneira periódica seja útil na redução dos fatores de risco cardiovasculares, como os triglicéridos, o colesterol, os níveis de açúcar no sangue e o excesso de peso. Entre os efeitos do jejum confirmados para estes casos, há também o de proteger a massa muscular magra e o equilíbrio metabólico.
O jejum assistido, ou seja, feito com critério médico, pode ajudar na perda de peso. Mas somente um médico pode indicar a melhor forma, pois ficar sem comer por um período e depois, pela fome, exagerar na alimentação pode fazer muito mais mal do que bem.
Um jejum de 24 horas também ajuda na formação de novos neurônios e é, portanto, um aliado natural do cérebro com vantagens também para a lucidez e memória.
Limitar-se a beber água ou chá sem açúcar por um ou dois dias pode não ser muito simples seja do ponto de vista físico, mas principalmente do ponto de vista mental. Entre os efeitos positivos de um jejum, quando se consegue fazê-lo, é fortalecer a mente e a força de vontade.
Antes de fazer um jejum, é preciso prepara o corpo nos dias antecedentes:
Durante o período de jejum:
Após ter feito o jejum:
Uma vez que se trata de fazer uma limpeza interna do corpo, e de forma muito eficaz, o jejum pode dar, especialmente se por mais de 24 horas e se a pessoa estava muito intoxicada de alimentos impróprios, tabagismo, álcool, etc, os mesmos efeitos colaterais de uma abstinência:
Se você desenvolver algum destes sintomas, não precisa entrar em pânico, mas é importante estar ciente de são efeitos normais de um corpo que está se limpando.
É fundamental procurar um médico, nutricionista ou profissional de saúde antes de começar a jejuar. Dependendo de cada caso, um profissional pode indicar um semi-jejum, constituído de restrição a determinados alimentos. O tempo de duração etc, também somente pode ser recomendado por um médico e de acordo com cada paciente. Um médico também pode fazer um programa para se chegar devagar a um jejum completo passando por fases.
Converse com teu médico de confiança para saber dos benefícios que o jejum poderia trazer para o teu caso em particular.
O jejum não é recomendado a todos.
Deve ser evitado em mulheres grávidas ou amamentando, àqueles que sofrem diabetes ou outras doenças, à quem estiver abaixo do peso ou que tenha uma constituição frágil.
Não invente de jejuar sozinho, por conta própria, pois isso pode fazer mal. Recomendamos, mais uma vez, a consulta médica.
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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