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Você já ouviu falar em uma doença chamada esporotricose? Não? Pois a esporotricose está assustando muita gente, sobretudo, no estado do Rio de Janeiro, onde, só na capital, 622 casos foram registrados nos últimos dois anos.
A esporotricose é uma doença transmissível a humanos, principalmente, por gatos. Apesar do nome complicado, a doença se manifesta como uma micose que provoca lesões profundas na pele.
Embora o gato seja o animal doméstico mais sensível à doença (ela pode ser mortal para eles), ela se manifesta em cães, mas raramente eles adoecem.
Pequenos acidentes cotidianos podem fazer com que a pele entre em contato com o animal contaminado pelo fungo causador da doença, que é encontrado na natureza em materiais orgânicos em decomposição, tais como cascas de árvores, espinhos, farpas e solo. O gato pode transmitir o fungo ao arranhar uma pessoa.
O fungo Sporothrix schenckii deixa lesões profundas na pele. Nos gatos, as feridas evoluem rapidamente e são acompanhadas de pus, segundo a Vigilância Sanitária.
Já na pele humana, a esporotricose se manifesta na forma de lesões como um pequeno caroço vermelho, que em seguida vira uma ferida, segundo a Fiocruz. As áreas mais afetadas são rosto, braços e pernas. Os caroços vão se aglomerando e formando pequenas fileiras.
Algumas pessoas relatam sentir dores nas articulações, além de febre.
A esporotricose não é contagiosa, logo não há transmissão entre pessoas.
– Se você for cuidar do animal doente, use luvas em um ambiente limpo com água sanitaria.
– Castre animais saudáveis para evitar sua ida à rua.
– Se você tiver um animal que faleça em decorrência da doença, o seu corpo deve ser cremado, pois o fungo sobrevive e pode se espalhar pelo solo.
– É importante ter um cuidado especial com o gato doente para evitar que ele contamine outros animais ou ambientes da casa. Isole o gato até que ele receba os cuidados necessários.
O tratamento costuma demorar de seis meses a um ano. É imprescindível fazer uso da medicação antifúngica com receita médica.
É possível encontrar tratamento para esporotricose gratuitamente no Instituto de Zoonoses Paulo Dacorso Filho (IPDF, no Largo do Bodegão 150, em Santa Cruz), e pelo Instituto de Medicina Veterinária Jorge Vaitsman (IJV, na Av. Bartolomeu de Gusmão 1.120, São Cristóvão). Lá o animal pode ser atendido, medicado e fazer exames laboratoriais necessários. Os animais também podem ser levados pelos donos para castração e monitoramento e gatos de rua também são tratados.
Em todo o estado do Rio de Janeiro, a esporotricose é alarmante. De acordo com a Vigilância Sanitária, de janeiro a maio a rede municipal atendeu 1.581 casos de esporotricose em gatos – número que representa quase a metade do total de atendimento de 2015, que foi de 3.253. Isso fez o órgão a lançar a campanha “Esporotricose — um risco para seu gato e para você”.
Nos últimos dois anos, a doença já infectou 1.845 pessoas. Embora não haja registro de óbitos humanos, “a situação vem se complicando com o passar do tempo, principalmente nas zonas Norte e Oeste. Mas é preciso deixar claro que a doença é curável e que os donos de gatos não devem abandonar e, muito menos, sacrificar os animais”, explica a médica veterinária da Vigilância Sanitária Municipal Bárbara Montes.
Como a contaminação ocorre através do contato das garras do animal com material orgânico em decomposição, a veterinária aconselha castrar os gatos e mantê-los o maior tempo possível em casa para evitar possível contágio nas ruas e quintais.
O fungo Sporothrix schenckii atinge mais fortemente os gatos devidos aos seus hábitos de caça, que faz com que eles entrem em contato com a terra, com árvores e de disputas por território, por sexo e brigas entre eles, que facilitam a disseminação da doença em virtude de arranhaduras e mordeduras.
Nunca abandone seu animal por conta da esporotricose ou qualquer outra doença. A esporotricose tem cura. Abandono de animais, além de um ato maldoso, é crime.
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Fonte: odia
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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