Em janeiro de 2106 foram registrados 73.872 casos de dengue no país, segundo boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde.
O número é impressionante e coloca médicos e demais especialistas da área da saúde em alerta devido à dificuldade de diagnosticar corretamente os sintomas da doença, que são semelhantes aos da zika, da chikungunya e, até mesmo, da gripe.
A diretora médica da Sanofi Pasteur, Sheila Homsani, comenta sobre os riscos de os casos de dengue serem confundidos com gripe, zika e chikungunya, devido a essa semelhança entre os sintomas. Ela explica que “os sintomas são muito parecidos, inicialmente, porque são viroses, então tanto a dengue, quanto a gripe, a zika e a chikungunya, dão febre. Se a pessoa chega só com febre, é possível a confusão entre as doenças.
Entretanto existem algumas diferenças. Na gripe, o indivíduo tem tosse mais persistente, secreção pulmonar, pode ter dor de garganta, e uma leve dor muscular. Na dengue, além da febre, a dor muscular é um sintoma muito importante. Alguns pacientes comparam a dor com uma sensação de ossos quebrando. Na dengue, também aparecem a dor atrás dos olhos, enjoo, vômito, e até sangramentos, além das manchas no corpo”.
Um estudo realizado em El Salvador e publicado na revista científica PLOS, dos 121 pacientes hospitalizados com suspeita de dengue, 28% eram positivos para dengue e 19% positivos para influenza, o vírus causador da gripe.
De acordo, ainda, com a médica, o paciente não deve se automedicar, pois tanto para a gripe quanto para a dengue os sintomas podem piorar. “O ideal é procurar um médico e fazer uma avaliação correta. A automedicação pode complicar. Nos casos de gripe, pode-se desenvolver para uma pneumonia, otite e sinusite“, indica a médica. Mesmos em casos de os sintomas se apresentarem de forma branda, o doente deve procurar atendimento médico.
No caso da dengue, as dores no corpo são muito fortes e a febre é muito alta. Na chikungunya, a febre é mais moderada e, na zika, a febre é baixa e pode não aparecer. Na zika, podem aparecer conjuntivite e manchas pelo corpo com uma intensa coceira. A chikungunya causa dor nas juntas. Para ambas, não existe uma forma de prevenção. Há, apenas, o combate ao mosquito pelo controle dos criadouros.
Sheila Homsani dá uma boa notícia, que é a vacina da dengue, já aprovada pela Anvisa mas ainda não disponível para comercialização. A médica esclarece que “nós podemos ter dengue quatro vezes na vida, pois a dengue possui quatro sorotipos diferentes, e a vacina protege contra os quatro tipos, com uma eficácia de 66%, ou seja, em cada 1000 pessoas, com mais de nove anos de idade, 660 pessoas estariam protegidas, inclusive contra as formas mais graves”.
A médica lembra que as vacinas da gripe são disponíveis, anualmente, no SUS, de forma gratuita, para pessoas acima de 60 anos, pessoas com doenças de risco, crianças de 6 meses a 5 anos de idade, grávidas e mulheres que tiveram bebês até 45 dias após o parto. O restante da população deve buscar as clínicas privadas para tomar a vacina.
Segundo Sheila, pesquisas têm comprovado a associação de zika com lesões cerebrais e com a microcefalia. Laboratórios têm trabalhado no desenvolvimento de uma vacina contra a zica, o que, futuramente, previnirá essas doenças. Ela reforça a necessidade de a população evitar a proliferação dos mosquitos inibindo os criadouros e que as pessoas tomem as vacinas de gripe corretamente, todo ano, e que não se automediquem em casos de febre e dores musculares.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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