Dos indígenas brasileiros herdamos vários usos para as ervas nativas. Dos africanos que para cá vieram escravizados, muitos ensinamentos curativos. Essa mistura nossa, nativa e africana, com os portugueses, formou o que chamamos de caboclo. Os banhos de ervas são caboclos, portanto.
Banhos de ervas são um dos ingredientes do dia a dia da vida dos brasileiros, especialmente nos estados do Norte e Nordeste mas, com certeza acompanha a vida de todos aqueles que estão conectados com a natureza e suas energias. Também são conhecidos como banhos de cheiro por conta dos aromas maravilhosos que saem destes banhos.
Fazer um banho de cheiro é um processo terapêutico
Fazer um banho de ervas é fácil.
Basta selecionar as ervas que você vai usar, macerá-las em água, que poderá ser quente, morna ou até fria. O importante é que a essência das ervas seja deixada na água com que você, depois do seu banho higienizante, vai enxaguar seu corpo. Sim, enxaguar e deixar ficar essa água esverdeada, com seus óleos naturais e odores peculiares.
Mas, o bom dos banhos de ervas é que todo o processo requerido para você fazer o seu próprio banho, já é terapêutico por si só.
Como fazer um banho de ervas (ou banho de cheiro)
- Primeiro você escolhe as ervas que vai usar. E eu recomendo que escolha com sua intuição, usando sua capacidade de sentir cheiros, captar imagens, ouvir nomes somente conectando com o seu “eu interior“. E não há erro nisso pois, sua divindade interna saberá, naquele momento específico, qual o banho que melhor te convém.
- O segundo passo é você ir atrás das ervas – no jardim da sua casa, no quintal do vizinho, na quitanda ou na floricultura. Talvez, dando um passeio no parque do seu bairro ou nas ruas onde ainda se pode encontrar ervas nativas. Olhando, sentindo, de repente você saberá qual erva deve escolher. Prefira ervas que estejam em locais pouco ou nada poluídos e, se você morar em “cidade grande”, prefira comprar ervas frescas, ou secas. Se usar ervas secas, prefira fazer o banho com água quente, deixando abafado um tempo para depois, quando a água amornar, macerar as ervas com as mãos.
- O terceiro passo é colher as ervas. O ato de colher as ervas é importante, um ritual no qual você se conecta com a erva que vai cortar, pede sua licença e agradece pela oportunidade de recorrer ao seu dom de cura, que é sagrado na medida em que o respeitamos. Mas, se você não for colher ervas porque as comprou na floricultura, quitanda ou supermercado, faça o ritual de agradecimento quando as tiver macerando na água.
- O quarto passo é macerar as ervas. O banho de ervas carregará com ele todas as tuas intenções curativas se, no momento em que as tiver manipulando, essas intenções estiverem claras no seu coração. Macere as ervas com vontade até que a água do seu banho de ervas se transforme em um caldo grosso esverdeado. Depois, se preferir, coe seu banho de ervas e reserve para o momento final.
- Quinto passo, finalmente seu banho. Se você tiver banheira em casa, ótimo – encha sua banheira de água e dilua seu banho de ervas nela, mergulhe dentro e relaxe alguns minutos. Mas, se o seu caso for como o da grande maioria dos brasileiros que temos só chuveiro mesmo, não há problema. Depois do seu banho higienizante, com sabão e mais o que quiser, use o banho de cheiro no último enxágue. Pode despejar a água do banho de cheiro no corpo todo.
Deixe essa água de ervas, sacramentada por você e com todas as energias naturais que possui, secar naturalmente no seu corpo.
Quais ingredientes usar
Uma velha me ensinou que as ervas cheirosas, de cheiro gostoso, estão ligadas ao elemento ar e que nos ajudam a reencontrarmos o equilíbrio e a conexão espiritual. Também me disse essa avó que as flores amarelas têm a força do sol, que são boas para o desânimo. E que um banho com flores coloridas, variadas, atinge uma ampla gama de energias.
Misture em seu banho ervas, flores e mel, uma colherada basta, pois o mel é um grande calmante das agitações da mente.
Misture quantas ervas queira, mas sinta cada uma com seu coração. Importa mais o seu sentir do que qualquer outra indicação teórica porque os banhos de cheiro são terapias de reconexão de cada um consigo mesmo. E este, o processo de reconexão, requer que você procure seu eixo, encontre seu ponto de equilíbrio, assuma seu processo de cura.
Algumas ervas já consagradas
Existem algumas ervas que são muito usadas para banhos e portanto, já consagradas pela tradição. Vou listar aqui algumas para você se situar: manjericão, alecrim, alfazema, rosa-branca, boldo, gervão, lírio-d’água, margarida, flores-do-campo, aroeira, guiné, arruda, jasmim, bom… e a lista é imensa.
Mas, lembre-se, a erva certa para cada um é aquela que a gente sente com o coração.
Bom banho!
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