Nós expressamos emoções não tão livremente como seria esperado. Rir é esperado, socialmente aceito, desde que não sejam gargalhadas, claro, que aí já fica “escrachado” e chorar, bem, quando a gente se permite chorar, em público, ah, isso é mal visto socialmente, exemplo de descontrole emocional.
Só que está tudo errado: chorar é bom e as pessoas que se permitem chorar são até mais equilibradas emocionalmente do que aquelas que não se permitem. Assim como rir, às gargalhadas, desde que não seja “do outro”, que é desfeita, claro!
A emoção que a nossa sociedade ocidental mais aceita é a felicidade, ou melhor, o parecer que se é feliz. Tanta a pressão que muitas vezes até nos vemos compelidos a fingir uma felicidade que não sentimos no momento. Porque a felicidade é interior, um sentimento que se sente, só mas que não tem, necessariamente, a ver com sorrisos ou com o “estou bem” de todos os dias.
Muitas vezes estamos mesmo tristes, até destroçados interiormente, e aí o jeito é chorar até desafogar a alma, lavar as emoções, reequilibrar por dentro para que nosso brilho possa brilhar de verdade, em olhos límpidos.
Tem um provérbio islandês que diz que “as lágrimas derramadas são amargas mas mais amargas ainda são aquelas que não se derramam”.
Então, pela sua saúde, chore o quanto quiser, como quiser, onde quiser e se sinta bendito por essa sua capacidade, e mais ainda por encontrar, em seus momentos de tristeza, uma mão amiga que te afague o ombro e que mostre, com seu olhar, o quanto te compreende.
E como dizia o poeta argentino, Oliverio Girondo: “Llorar a lágrima viva, llorar a chorros… Llorarlo todo, pero llorarlo bien. (…) Llorar de amor, de hastío y de alegría…”
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Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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