Talvez você não se lembre dessa época, mas o Brasil já foi considerado, mundialmente, como o país dos “desdentados”, e que o Governo Federal, há muitos anos (mais precisamente em 1953), decidiu tomar algumas providências para se livrar dessa horrível alcunha. Entre as determinações adotadas, o governo decidiu colocar flúor no suprimento de água potável para toda a população. Hoje, o Conselho Regional de Odontologia (Crosp), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a USP divulgou a mais ampla pesquisa sobre análise da fluoretação já feita no mundo.
Dados da pesquisa demonstraram que cerca de 30% das amostras de água distribuída pelas redes públicas de abastecimento do estado de São Paulo estão inadequadas. Os riscos para a população que consome água nessas condições são a baixa proteção contra a cárie e o aumento da fluorose dentária (manchas nos dentes).
Foram coletadas 11.715 amostras em 2014 em 642 municípios paulistas, mas os resultados só foram divulgados no último dia 11 de agosto, apresentando concentração de flúor entre 0,6 e 0,8 partes por milhão de unidade de fluoreto (ppm F), medida considerada adequada pela Secretaria Estadual de Saúde, no entanto, nas demais amostras foram encontradas quantidades acima do mineral (14% das amostras), ou abaixo do ideal (14, 5%), e a questão aqui é que, tanto a falta quanto o excesso de flúor podem causar males à saúde.
“A quantidade correta aplicada na água combate a formação da cárie, mas teores altos, por sua vez, também são ruins principalmente para crianças de até cinco anos, quando os dentes estão em formação”, afirma Claudio Miyake, presidente do Crosp.
Segue a lista de municípios que apresentaram concentrações de fluoreto sem benefício anticárie (menor que 0,4 ppm F): Altinópolis, Analândia, Boa Esperança do Sul, Guatapará, Ipeuna, Luis Antonio, Morro Agudo, Nuporanga, Orlândia, Pirajuí e Rio das Pedras. Enquanto que as cidades tiveram concentração de fluoreto acima da dosagem recomendada (maior que 1,4 ppm F) Cesário Lange e Pereiras. São Paulo, Sorocaba e Campinas estão entre as cidades com índices adequados.
Apesar dos problemas, o flúor na água dos brasileiros gerou ótimos resultados com o passar dos anos, reduzindo cerca de 60% do índice epidemiológico de cárie. “A fluoretação da água é uma medida preventiva de doenças, é de baixo custo e democrática. A distribuição é feita de forma equânime para toda a população e o valor é de apenas um real por ano por habitante.”, diz Miyake.
Quando todos os dados estiverem fechados, os resultados da pesquisa serão encaminhados aos municípios participantes, aos órgãos responsáveis pelo abastecimento e pela fiscalização, ao Ministério da Saúde e à Secretaria Estadual da Saúde, ao Tribunal de Contas e ao Ministério Público.
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Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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