Pesquisa brasileira inova nos tratamentos do ronco e da apneia do sono


A pesquisa brasileira publicada na revista científica CHEST, desenvolvida por uma equipe do Laboratório do Sono do Incor do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, apresenta uma técnica para a redução do ronco, muito elogiada pela comunidade científica internacional.

A técnica consiste em exercícios físicos (uma espécie de ginástica facial) que trabalham os músculos envolvidos na produção do ronco. São fáceis e rápidos de se fazer (8 minutos de duração para serem repetidos 3 vezes ao dia, mas sempre incorporados às atividades cotidianas como escovar os dentes, comer, dirigir o carro). Por esta característica, além de eficiente, a técnica é inovadora por ser considerada de fácil adesão pelo paciente.

Os resultados da técnica, testada em 39 pacientes, demonstrou que houve diminuição da frequência do ronco em 36% dos pacientes que fizeram os exercícios, bem como uma diminuição de 60% do barulho causado pelo ronco destes. Os testes foram feitos por meio do exame de polissonografia e do registro contínuo do ronco. A ginástica para reduzir a frequência e o volume do ronco também ajudou a reduzir a “papada” daqueles que se exercitaram.

Embora fáceis de serem executados, os exercícios devem ser feitos com o acompanhamento de um fonoaudiólogo, para que erros na execução dos exercícios, sejam corrigidos durante o tratamento.

Não roncar é uma questão de saúde!

É horrível dormir ao lado de quem ronca, todos sabem. Mas a situação é ainda mais horrível para aqueles que roncam, embora, aparentemente, estes durmam um sono profundo.

Estimativas dão conta de que 54% da população adulta sofre de ronco. Os mais afetados pelo problema são obesos, idosos e mulheres na pós-menopausa. E como o ronco pode estar ligado à apneia obstrutiva do sono, um problema grave e um fator de risco para as doenças cardiovasculares, ser obeso e roncar é um alerta. E considerando que a obesidade atinge 18% da população brasileira, a pesquisa vem em ótima hora.

A apneia obstrutiva do sono é caracterizada pela obstrução parcial ou total das vias respiratórias, hipopneia e apneia respectivamente.

Na apneia, a parada respiratória ocorre pelo menos por dez segundos nos adultos e sua gravidade está relacionada à quantidade de paradas respiratórias ocorridas por hora de sono (leve: de 5 a 15 paradas/hora; moderada de 15 a 30 e grave mais de 30). O ronco está presente em 70% a 95% dos casos de apneia.

As paradas da respiração implicam em uma menor oxigenação do sangue e altera o sistema nervoso autônomo (simpático), repercutindo no metabolismo de quem ronca, o que pode levar ao surgimento ou agravamento de doenças como hipertensão, aterosclerose, obesidade, podendo aumentar inclusive o risco de infarto, AVC e arritmias.

Muitas pessoas que roncam acham isso normal, não procuram um médico, seguem a vida sem um diagnóstico e, portanto, sem um tratamento, o que lhes aumenta enormemente o risco de desenvolverem doenças cardíacas.

Se alguém disser que você ronca, não leve isso a mal, leve o fato ao conhecimento de um especialista. O sono interrompido, as noites mal dormidas provocam cansaço, irritação, dor de cabeça, depressão…além das doenças graves acima descritas.

O release completo do estudo pode ser lido aqui.

Leia também: NO DIA MUNDIAL DO SONO, 7 CONSELHOS PARA DORMIR BEM

Fonte foto: pequiniski.wordpress.com




Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de PsicanƔlise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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