Probióticos para combater o estresse e a ansiedade


Isso mesmo! Porque parece que as bactérias específicas que ocorrem naturalmente no nosso intestino, salvaguardam também a nossa saúde mental.

A ligação entre intestino e o cérebro é já bem conhecida (ou seja, o cérebro tira proveito do intestino para desempenhar as suas funções e vice-versa), de modos que o intestino vem a ser chamado de “segundo cérebro“. Agora mais do que nunca fica claro que alterações nas bactérias intestinais também podem pesar sobre os níveis de estresse e ansiedade.

Isto é o que foi demonstrado por pesquisadores da Universidade de Oxford, em um estudo publicado no Psychopharmacology, afirmando que favorecer o crescimento de bactérias benéficas do intestino pode ajudar a controlar a ansiedade e a depressão. É por isso que a ingestão de prebióticos (carboidratos, ou cadeias curtas de moléculas de açúcar, são na verdade “comidas” para as boas bactérias do intestino), modulam o processamento de informações relacionadas a esses estados emocionais.

Para a pesquisa, os investigadores envolveram 45 voluntários saudáveis ​​que foram convidados a ingerir diariamente durante três semanas um prebiótico (ou um placebo). Os resultados mostraram que, em comparação com um grupo de controle, os que tomaram o prebiótico mostraram menos tendência a prestar atenção à informações negativas, o que é considerado um componente-chave de distúrbios tais quais a ansiedade e a depressão.

As pessoas que ingeriram prebióticos também tiveram níveis mais baixos de cortisol, o hormônio do estresse, intimamente ligado à ansiedade e à depressão, tão baixos quanto às pessoas que tomavam os mais comuns (e perigosos) antidepressivos ou ansiolíticos.

Em um outro estudo, desenvolvido pela UCLA (Universidade da Califórnia, Los Angeles) os cientistas evidenciaram que bactérias ingeridas nos alimentos pode afetar a função cerebral nos seres humanos. No estudo conduzido com mulheres saudáveis, descobriu-se que as mulheres que consumiam regularmente bactérias benéficas conhecidas como probióticos, através de iogurte, tiveram funções cerebrais alteradas, seja em um estado de repouso como em resposta a uma tarefa de reconhecimento de emoção. Segundo a autora do estudo, a Dra. Kristen Tillisch: “de tempos em tempos, nós ouvimos pacientes que nunca tiveram problemas de depressão ou ansiedade até que passem por problemas intestinais. Nosso estudo sugere que a conexão cérebro-intestino é uma via de mão dupla

Por conseguinte, mais uma vez, é evidente que o papel da flora intestinal é de importância fundamental para a saúde. Não só pelo fato que ela regula a digestão dos alimentos, a absorção de nutrientes essenciais e nos defende contra os patógenos, mas também porque ela está em contato constante com o nosso sistema nervoso central, o que afeta o nosso humor.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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