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O uso indiscriminado de anitbióticos e a automedicação, características de uma sociedade baseada no consumo imediato, são alguns dos fatores que levaram à criação das chamadas superbactérias. É aquele famoso: “Está doente? Entra no antibiótico.” Uma hora, a natureza se volta contra nós para cobrar o preço.
O uso de antibióticos é de tal modo disseminado, que até mesmo animais são criados à base desse tipo de medicamento, para prevenir doenças. Isto representa uma ameaça à saúde pública, tanto que a FDA decidiu seguir o caminho da eliminação progressiva de alguns antibióticos usados em animais criados para a produção de carne. A decisão diz respeito aos Estados Unidos.
A exposição aos antibióticos fortalece as bactérias de tal modo que elas podem resistir ao próximo tratamento a base da mesma droga. A resistência aos antibióticos é um problema crescente. Nos últimos meses, foi enfatizada a relação entre o seu uso em criações e o surgimento de bactérias super-resistentes.
A prestigiada revista de ciência Nature divulgou uma experiência que vem sendo empreendida por pesquisadores chineses e britânicos e que pode ser a chave para derrotar as superbactérias.
Esses especialistas parecem ter encontrado um modo de furar a barreira de proteção das superbactérias a tratamentos. A OMS pede pressa na solução da questão, porque o número de organismos resistentes aos antibióticos não para de crescer.
Por ser altamente resistente aos diversos tipos de antibióticos conhecidos pelo homem, a bactéria gram-negativa detém uma membrana externa que é absolutamente impermeável – composta por lipídios. Trata-se do grande escudo contra a resistência do sistema imunológico humano e das investidas via medicamentos.
A chave é justamente a força dessa barreira: ao retirá-la, a bactéria fica muito vulnerável. Os cientistas, então, vêm investigando como a bactéria transporta nutrientes para o exterior. Esse “portão” foi localizado há pouco. Uma das experiências que tem sido realizadas é baseada na hipótese de provocar a morte da gram-negativa, fechando-se os “portões”.
A grande novidade trazida por esses novos experimentos consiste no seguinte fato: caso os cientistas ataquem as defesas das bactérias, será improvável que as bactérias tornem-se resistentes aos mesmos, porque o ataque do medicamento não será direcionado ao código genético da mesma, mas sim, apenas em retirar sua membrana, deixando a bactéria exposta e suscetível ao combate por medicamentos e pela imunidade.
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Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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