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Historicamente, na medicina, o maior desafio da saúde pública foram as infecções que acometiam os organismos humanos. Tal preocupação se justificava: era a maior causa de mortalidade das pessoas. A criação dos antibióticos foi uma revolução, porque esses medicamentos eliminavam a vida dos microrganismos no corpo humano.
Isso trouxe popularidade aos antibióticos e, com o passar do tempo, as pessoas se tornaram consumidoras vorazes de remédios do gênero.
Este é o grande problema da atualidade: as bactérias foram se tornando mais e mais resistentes à ação dos antibióticos – em grande parte por serem expostas aos mesmos com frequência – e voltam a ameaçar a existência humana.
Justamente as bactérias que evoluíram – isto é, as menos resistentes morriam e as mais resistentes permanecem vivas e se reproduzem – e se tornaram resistentes à ação de medicamentos. O que vinha sendo observado como um problema que eclodiria apenas em algumas décadas, está se tornando questão de saúde pública no presente.
As superbactérias que mais preocupam as autoridades em saúde mundial, tendo sido também verificadas no Brasil, são:
Multi Drug Resistant Tuberculosis (MDR-TB)
A OMS comunicou, em março de 2014 que, até 2015, cerca de 2 milhões de pessoas podem ser infectadas pela bactéria. Esta superbactéria muito resistente foi encontrada em 92 países – 63 casos entre 1993 e 2011.
MRSA (Methicillin Resistant Staphylococcus aureus)
É normalmente localizada na derme e causa infecções nessa área. Trata-se da primeira bactéria a se tornar resistente à penicilina – ainda na década de 1950. Segundo estimativas do prestigiado Centro de Controle e Prevenção de Doenças – CDC – com sede nos EUA, 75% das MRSA são resistentes à ação de diversos antibióticos.
Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC)
Presente no intestino, pode provocar pneumonia e ainda infecções urinárias. Os sintomas mais evidentes são, além de febre e dores pelo corpo, prostração e muita tosse. Já ocorre no Brasil desde o ano de 2010, quando matou 18 pessoas no Distrito Federal e no Paraná; em 2013 novo surto, com 6 mortos. Pode ocorrer em ambientes hospitalares.
Escherichia coli
Também encontrada nos intestinos. Frequentemente associada a infecções urinárias, começou a se tornar resistente a medicamentos na década de 1970. No Brasil, cientistas identificaram que 1 a cada quatro tipos de Escherichia não são afetadas por quinolonas – o remédio principal que era indicado para combate a essas infecções.
New Delhi Metallobetalactamase (NDM-1)
Diferentemente das outras, a NDM-1 é uma enzima, que foi localizada tanto na bactéria Klebsiella pneumoniae quanto na bactéria Escherichia coli. Originou-se na Índia e foi encontrada pela primeira vez no ano de 2009, tendo, em seguida, se espalhado por vários locais nos EUA, América Latina, Austrália, Europa. No Sul, em 2013, diversos pacientes foram infectados por NDM-1, que resistiram a antibióticos específicos.
A grande questão, considerada muito preocupante por autoridades de saúde no Brasil e no mundo, é que infecções antes perfeitamente controláveis, como gonorreia e outros, agora voltam a preocupar e restam sem tratamento mais potente, podendo levar à morte das pessoas, como no começo da história da medicina.
Essas superbactérias são transmissíveis desde que encontrem uma porta de entrada, ou seja, mão suja na boca, machucados etc.
A prevenção é a de sempre: higiene, lavando sempre muito bem as mãos e não as colocando na boca. Alimentação saudável e equilibrada é outro ponto importante, para que a imunidade do organismo se eleve.
Leia também: Uma possível solução para o caso das superbactérias
Fonte foto: freeimages.com
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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