Dia Mundial da Saúde Mental: Façam da saúde mental e do bem-estar uma prioridade global


10 de outubro é o Dia Mundial da Saúde Mental. A data foi celebrada pela primeira vez em 1992 por iniciativa da Federação Mundial para Saúde Mental, para promover a educação, a conscientização e a defesa da saúde mental global contra o estigma social. Este ano, 2022, o tema é “Fazer da saúde mental e do bem-estar para todos uma prioridade global” (Make mental health & well-being for all a global priority).

A saúde mental deve ser tratada em pé de igualdade com a saúde física. Assim como a diabetes, a obesidade, a pressão alta, o câncer e as doenças cardiovasculares matam, os problemas de saúde mental podem causar graves consequências a todos, impactando famílias, locais de trabalho e comunidades.

Dificuldades em se relacionar, ansiedade, depressão, pânico… desde a falta de concentração no trabalho ao suicídio, os problemas mentais causam grandes impactos na sociedade.

Lista infinita de distúrbios mentais

Para cada TOC ou comportamento “estranho”, existe uma síndrome ou uma fobia classificável.

A impressão que dá, é que não é possível ser normal quando existe uma lista infinita de distúrbio mental catalogado: da filofobia (medo de amar) à disposofobia (mania de guardar coisas), às síndromes de Otelo (ciúme) de Gabriela (eu nasci assim) ou de Burnout (excesso de trabalho), cada possível diagnose talvez mais atrapalhe do que ajude, afinal, hoje em dia, para todo e qualquer mal-estar da alma tem-se um rótulo.

E quem é que está bem? E quem é que pode ficar melhor se pensar que seu mal-estar “tem cura” pois é uma “doença”?

A data é uma oportunidade para falarmos sobre saúde mental em geral, inclusive partindo dos seguintes questionamentos: o que é normal, o que é loucura, o que é estar bem e o que é estar mal de cabeça?

Antes de tudo: o que é doença mental?

Por doença mental, podemos estar falando de enfermidades psiquiátricas, o que envolve psicoses, transtornos de humor, de personalidade e ansiedade. Mas também podemos estar falando de doenças físicas, neurodegenerativas, como Alzheimer e outras demências.

As doenças mentais, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5, são classificadas em:

Transtornos neurocognitivos: Parkinson, Alzheimer ou outras demências
Transtornos do neurodesenvolvimento: autismo, déficit de atenção (TDAH)
Transtornos psicóticos: esquizofrenia, transtorno delirante
Transtornos ansiosos: fobias, Síndrome do Pânico, ansiedade generalizada
Transtornos depressivos: depressão maior, distimia
Transtornos de personalidade: anti social, borderline, transtorno bipolar
Transtornos relacionados ao uso de psicoativos: como álcool, cigarro e drogas ilícitas
Transtornos do sono: insônia, hipersonolência

E muitas outras como, por exemplo, desordens relacionadas à alimentação, orientação sexual e de gênero, somatizações, traumas, etc.

A lista é enorme!

Devemos fazer o máximo possível para prevenir problemas de saúde mental – como indivíduos e como sociedade. Mas o que os governos, a sociedade, as pessoas podem fazer para que estejamos todos bem?

Pandemia de transtorno mental

Vem da OMS o seguinte dado: estima-se que uma em cada oito pessoas em todo o mundo já vivia com um transtorno mental antes da pandemia Covid-19. Mas tudo piorou depois. A pandemia, criou uma crise global para a saúde mental, alimentando estresses de curto e longo prazo e minando a saúde mental de milhões de pessoas. Mas foi a própria OMS quem fomentou as paranóias.

As pessoas passaram a viver com medo da morte (como se antes da pandemia o risco da morte não existisse), as pessoas perderam empregos, perderam entes queridos e perderam saúde com as sequelas da pandemia.

Aí veio a guerra: medo da ameaça nuclear, de desemprego, fome, etc. A guerra aumentou o preço de bens fundamentais como gás e petróleo. Especulação ou não, o fato é que a economia mundial está pisando em ovos.

Junte isso à maravilha pandêmica que foi o homework: muita gente parou de conviver com outros quando sabemos que a socialização é fundamental para a saúde mental.

Junte isso ao Tinder e outros aplicativos de NÃO relacionamento: as pessoas pararam de amar para colecionarem likes e matches inúteis.

Segundo a OMS, “as estimativas colocam o aumento dos transtornos depressivos e de ansiedade em mais de 25% durante o primeiro ano da pandemia. Ao mesmo tempo, os serviços de saúde mental foram severamente interrompidos e a lacuna de tratamento para condições de saúde mental aumentou”.

Ou seja, com a pandemia o número de pessoas que sentem algum tipo de desconforto em sua saúde mental aumentou, enquanto os serviços de apoio a essas pessoas diminuiu, pois a maioria dos serviços públicos de saúde nos países mais desenvolvidos ficou focado na cura da Covid.

Resumo da ópera: a Covid continua viva enquanto as pessoas continuam morrendo, só que com uma a morte a mais: a de tristeza.

A gente não quer só comida…

A gente quer comida, diversão, ballet... mas a pandemia nos deixou sem comida, sem diversão, sem ballet e ainda por cima com uma guerra que ameaça uma bomba nucelar e as pessoas desesperadas sem futuro não têm como se sentirem bem emocional, espiritual e ou mentalmente.

Simples assim.

Não sabemos o que a OMS quer dizer com “esforços pra melhorar a saúde mental global” mas nós acreditamos que é assim: vamos falar mais de amor e menos de guerra, competição e doença. Vamos entender que a maioria de nós não está bem e que para estarmos bem precisamos parar de praticar ghosting, benching, phubbing e outras indelicadezas do mundo virtual.

Precisamos retomar todo o humano que existe em nós, inclusive falando sobre doença mental, emocional ou espiritual afinal, somos humanos. Quem não sente mal-estar é robô. E não vai ser com remedinho que vamos nos curar. Vai ser com amor e senso de humano.

Sentimos, logo existimos. Não somos apenas mental, raciocínio, cabeça. Somo seres superiores a isso.

Fontes:

  1. OMS
  2. wikipedia

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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