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Você sabe porque o cultivar a terra tem a ver com sair de um processo depressivo? Há algumas razões para que isso aconteça: uma delas é estar ao ar livre, outra tem a ver com o sol e a vitamina D que nosso corpo precisa, outra ainda tem a ver com os aromas das ervas, a presença de borboletas e a colheita de alimentos que nós próprios cultivamos, com amor. Mas, há também o contato direto com a terra e seus bichinhos: bactérias.
Diz-se que o progresso é o melhor que há, que a higiene é fundamental para a boa saúde e que, viver em uma cidade limpa é o que o ser humano pode almejar de melhor para seus filhos mas, o que será que estamos perdendo no meio de tanta assepsia e riquezas materiais?
Estamos perdendo saúde, minha gente! Saúde das boas, que não vem em frascos de farmácias e nem em injeções especialíssimas.
Estamos perdendo uma parte fundamental do nosso ecossistema interno – sim, talvez você não tenha se dado conta mas, o corpo humano é todo um ecossistema que se equilibra nos “bichos que vivem com a gente”, as bactérias, dentre as quais uma muito importante, a Mycobacterium vaccae que foi isolada no esterco de vaca, por isso o nome que leva.
A Mycobacterium vaccae é uma espécie não patogênica da família da Mycobacteriaceae que habita nos solos orgânicos (e, é especialmente abundante no esterco de vaca).
Este documentário no vídeo abaixo (em inglês) está muito bom e explica as coisas claramente sobre as bactérias que fazem parte de nosso ecossistema.
Esta bactéria está sendo estudada por seus efeitos positivos como imunoterapia contra asma, câncer, depressão, lepra, psoríase, dermatite, eczema e tuberculose. E foi durante a uma dessas pesquisas, sobre câncer de pulmão por inoculação das Mycobacterium vaccae (são primas das bactérias causadoras da tuberculose), que o pesquisador, Mary O’Brien, oncologista do Royal Marsden Hospital em Londres, constatou a melhora significativa do estado emocional de seus pacientes.
Este fato chamou a atenção de Chris Lowry da Universidade de Bristol, que resolveu estender a pesquisa para determinar o porquê da melhora dos estados emocionais. E descobriram que, pelo menos em ratinhos de laboratório, a inoculação das Mycobacterium vaccae aumenta os níveis de serotonina no organismo.
Outras pesquisas já foram realizadas constatando o efeito benéfico destas bactérias em tratamentos de ansiedade, estresse e lesões internas resultantes desses estados de desequilíbrio. Caso queira se aprofundar, leia também este link da Revista Biotechniques.
E, segundo algumas conclusões, a presença da Mycobacterium vaccae em nosso organismo, aumentando os níveis de serotonina e melhorando nosso sistema imunológico, também tem o potencial de aumentar nossa capacidade de aprendizado.
Apesar das controvérsias que ainda existe entre os diversos pesquisadores, já é claro que precisamos de mais contato com as Mycobacterium vaccae para alcançarmos uma saúde melhor.
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Alguns dizem que basta você mexer na terra, andar descalço na grama, cultivar alguns vasos. Outros dizem que é preciso comer os alimentos que são produzidos em terras inoculadas com as bactérias benéficas – ou seja, o melhor é ter uma vaquinha no quintal e adubar a horta com seu estrume. Mas, outros dizem que não, que não basta o contato superficial para que os benefícios da inoculação sejam os que foram demonstrados em laboratório – estes estão estudando uma maneira de nos vacinarem com as bactérias do estrume da vaca.
Pois é, parece que tem tudo a ver – não basta ter serotonina, é preciso que nosso sistema imunológico esteja ativo e em alta pois, afinal, é ele que age no nosso humor como bem explicou a bióloga Amanda Dias: “a Mycobacterium vaccae age, na verdade, sobre nosso sistema imune e ele é quem age sobre o nosso humor.
A bactéria é apenas uma maneira de controlar o funcionamento do sistema imune. Inclusive a primeira utilização terapêutica da Mycobacterium vaccae, foi no controle de respostas alérgicas e autoimunes”.
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Bem, enquanto os “universitários” estudam, descobrem e decidem o que é melhor, nós, leigos podemos nos adiantar a tudo isso e “meter a mão na terra”, não?
Cultivar uma hortinha, capinar o jardim (e se você não tem jardim, caminhar no parque, descalço), podar uma árvore, mudar os vasos da varanda são atividades que cabem em uma vida urbana por mais “progresso” que haja na sua cidade.
Mais que não seja, umas horas por semana (melhor seria, por dia) ao ar livre vai te fazer um bem danado, mesmo que você nem faça grande coisa de exercícios, mesmo que só leve sua criança ao parquinho (e aproveite para relaxar os pés ficando descalço).
O contato com a natureza sempre foi fundamental para que nós, bichos humanos, criássemos resistência à algumas contaminações corriqueiras só que a gente se esquece disso depois que cresce.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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