Ayahuasca: a planta alucinógena que estimula a formação de novos neurônios


A ayahuasca é uma planta também conhecida como hoasca, daime, iagê, santo-daime. A bebida produzida a partir da planta é feita da combinação da videira Banisteriopsis caapi com outras espécies. Ela é associada a rituais de diferentes grupos sociais e religiosos, além de fazer parte da medicina tradicional de diversos povos da Amazônia.

Há muito preconceito em torno da ayahuasca devido aos seus efeitos alucinógenos. No Brasil, desde 2004, a planta não faz mais parte da lista de substâncias alucinógenas, sendo o seu uso permitido em rituais religiosos.

Entretanto, um estudo recente, feito por pesquisadores do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) e Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ (ICB-UFRJ), mostrou que a ayahuasca pode estar associada ao aumento de progenitores neurais humanos em mais de 70%.

Ayahuasca pode evitar sintomas da depressão

A pesquisa, que foi publicada na revista científica norte-americana PeerJ, reforça um estudo anterior publicado na Revista Brasileira de Psiquiatria, que já havia comprovado a eficiência da bebida na redução de sintomas da depressão. 62% dos voluntários participantes da pesquisa relataram que sentiram redução dos sintomas da depressão. A explicação para isso está na harmina, uma antidepressivo natural presente na ayahuasca.

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Vanja Dakic, uma das autoras do estudo, disse ao UOL que: “O efeito de antidepressivos está associado ao estímulo da neurogênese em roedores. Decidimos testar se a harmina, provocaria o mesmo efeito em células neurais humanas”. Em um teste de laboratório, a harmina presente na ayahuasca aumentou a proliferação de células neurais em até 70%.

Proliferação de neurônios

A formação de novos neurônios é um processo complexo porque, após as células se proliferaram, não se sabe qual é o rumo que elas podem tomar. Mas, agora, com esse novo estudo, Dakic explica que é possível identificar o processo de proliferação sob o efeito da harmina e que o próximo passo é identificar como as células migram e se diferenciam.

Esse estudo comprova como esta planta é importante para o tratamento de diversas doenças, além da depressão, o mal de Alzheimer e a síndrome de Down.

Usada há mais de 3,5 mil anos pelos povos indígenas, a ayahuasca, assim como tantas outras plantas, tem muitos de seus efeitos ainda desconhecidos para a ciência. Isso nos mostra como a natureza é grande e rica.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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