Índice
Tantas meninas que ficam grávidas e não sabem o que fazer, não? Numa situação dessas, tão delicada, o principal é poder contar com apoio – e não há melhor apoio para uma adolescente grávida do que aquele que pode ser dado por sua mãe. Então, menina, fale com sua mãe – ela pode até “chiar” mas seu instinto materno, de te proteger, falará mais forte.
Leia também: PRIMEIROS SINTOMAS DE GRAVIDEZ:SERÁ QUE VOCÊ ESTÁ GRÁVIDA?
Sim, gravidez na adolescência é um assunto delicado, e uma realidade presente em todas as épocas. Antigamente as meninas eram casadas cedo justamente para que se evitasse o problema – casava-se a filha assim que lhe chegavam “as regras”. Claro que as meninas engravidavam cedo também, eram adolescentes mas, já eram casadas, então a sociedade se calava, aceitava. Hipocrisia social, óbvio!
No Brasil, pela definição do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, um indivíduo de até 18 anos, ou seja, na idade escolar obrigatória, é considerado um adolescente para efeitos legais.
Mas, neste artigo quero falar é da adolescência como fase de crescimento e desenvolvimento físico e emocional e, isso ocorre entre os 11 anos (fim da puberdade) e os 23, mais ou menos. Durante esse período a gravidez tem riscos inerentes ao incompleto desenvolvimento físico e emocional da gestante.
Segundo o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) “os países em desenvolvimento, categoria na qual está incluso o Brasil, são responsáveis, juntos, por 95% das gravidezes precoces no mundo. Por ano, sete milhões de adolescentes dão a luz nesses países. Isso significa que, por dia, cerca de 20 mil meninas com menos de 18 anos se tornam mães“.
Mas, é claro, para engravidar basta estar no período fértil e ter relações sexuais, completas ou não, com um menino então, não só os países em desenvolvimento ou as classes menos favorecidas sofrem de “gravidezes precoces”, e os cuidados, e medos, são os mesmos, cá e lá.
Pronto, falhou a menstruação – estou grávida, e agora? A sensação é de pânico, de “vou morrer”, vou afundar, ninguém vai querer me ajudar, enfim, pânico total criado pela intolerância e preconceitos sociais – claro, é a sociedade em sua vã hipocrisia que cria tudo isso e se recusa a estender a mão a quem precisa de ajuda, seja você uma adolescente grávida, um desempregado idoso ou uma criança abandonada. Mas, menina, não se desespere. Vamos lá, vamos explicar melhor:
Pois, quando a gente engravida e mais ainda, quando engravida na adolescência, nossos hormônios balançam, balançam, até entrarem em equilíbrio que permita o trabalho de parto. E depois do parto, lá vai o balanço outra vez porque é preciso produzir o leite para amamentar o seu bebê.
E, quando os hormônios balançam a gente fica esquisita, mais sensível. É natural.
Mas, se você é adolescente e engravidou assim, meio que sem querer, também é natural que se sinta insegura, com medo do “que dirão”, ansiosa por estar grávida e ansiosa pelos medos que a situação gera. Enfim, toda essa confusão de sentimentos conflitantes vai te gerar estresse, o que também é esperado. Então, se é assim que você está se sentindo, bem, está tudo na normalidade. Mas, sozinha é que não dá para aguentar essa situação.
A primeira coisa a fazer caso você desconfie de estar grávida é confirmar a suspeita – vá ao posto de saúde, ou a um médico de sua confiança, e peça para fazer o exame de beta HCG, este exame mede a quantidade de hormônios de gravidez no sangue e é mais seguro do que qualquer gravitest de farmácia.
Claro, vai ser um sufoco explicar para a sua mãe que você engravidou mas, é o melhor que você tem a fazer, tenha a certeza. E, quanto mais cedo falar, melhor ainda. Encare a situação com coragem porque a gravidez assim o exige – sim, você ainda é uma menina, adolescente, dependente mas, já virou mulher pois está gerando uma nova vida, a do seu filho.
“A gravidez na adolescência, como outras não planejadas, coloca a mulher diante de questionamentos, angústias e sofrimento. Considerando o caso de mulheres adolescentes, o sofrimento se mistura ao grande medo dos pais, ao desespero de ver seus sonhos desabarem, à incerteza de seu futuro estudantil, à vergonha”, conta a psicóloga Laura Ferreira.
“No início, a adolescente pode ter medo de contar para seus pais, por isso precisa dividir essa verdade com alguém para ‘ganhar forças’ para posteriormente conversar com os familiares”, sugere a psicóloga Viviane Rossi.
“A mãe precisa inicialmente se cuidar, se acalmar e tentar ajudar a conduzir essa nova organização familiar. Ela também pode apoiar a filha acompanhando-a nas consultas médicas, em conversas com o pai do bebê e sua família, orientando-a em como cuidar de si e do bebê que está a caminho. Pode tentar ser bastante companheira da filha, auxiliando-a no dia a dia e protegendo-a de eventuais críticas negativas”, aponta Viviane Rossi.
“Os principais riscos são para o feto: a incidência de parto prematuro pré-termo cresce quando se trata de gravidez na adolescência. A incidência de baixo peso ao nascer também é maior para bebês nascidos de adolescentes, uma vez que seu crescimento intra-útero compete com o da mãe, que ainda está em fase de crescimento”, alerta Rodrigo Hurtado, ginecologista da Clínica Origen.
Para sua segurança, para a saúde do seu bebê, faça o pré-natal, sempre. A gravidez na adolescência é uma gravidez de risco pois a mulher ainda não está com o organismo totalmente apto a procriar. É preciso que a adolescente grávida seja acompanhada, aconselhada, orientada e que o crescimento fetal seja monitorado.
BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA A GESTAÇÃO
10 SUPER ALIMENTOS PARA A GRAVIDEZ
1ª SEMANA DE GRAVIDEZ: OS SINTOMAS E O QUE FAZER
PÍLULA DO DIA SEGUINTE NÃO É ÁGUA: CONHEÇA OS RISCOS E TENHA CUIDADO
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
ASSINE NOSSA NEWSLETTER