Sabe o quanto você gasta com cigarro?


Você sabe que cigarro é prejudicial à saúde, sabe de todas as desvantagens de fumar, mas sabe EXATAMENTE quanto mal o cigarro faz ao teu bolso?

Aqui no Brasil, as campanhas de conscientização sobre os perigos do cigarro e a proibição de fumar em locais públicos foram muito eficazes, já que houve, ao longo dos anos, uma redução no consumo de cigarro. Entretanto, para aqueles que ainda fumam, o custo do vício é alto, para a saúde e para o bolso.

Gasto absurdo e supérfluo

Segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 1,08% do orçamento mensal das famílias é destinada ao cigarro, um gasto três vezes maior do que o creditado à batata, informa a ACT. Acompanhado do café vem o cigarro. Só que o gasto com este é maior do que o brasileiro realiza com a bebida. O gasto com o cigarro é 13,5 vezes superior ao do cafezinho.

A gente nem poderia imaginar que o preço do cigarro tem um peso na inflação do país, não é mesmo? Mas tem. É o que afirma Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE. Em vinte anos, o item ficou 448,17% mais caro, contra uma alta de 252,08% da inflação oficial, o que, segundo ela, mostra que as famílias cortaram o cigarro de suas despesas. “Isso é principalmente aumento de imposto. Não só para aumentar a arrecadação, mas, por ser considerado um item supérfluo e prejudicial à saúde, aumentou muito a tributação como uma política mesmo. Mais de 70% do preço do cigarro são impostos”, explica Eulina. O diretor financeiro da fabricante de cigarros Souza Cruz, Leonardo Senra, calcula que os impostos do cigarro variam entre 75% a 88% do preço do produto.

Uma boa notícia divulgada pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca) foi a redução do número de mortes por câncer de pulmão entre homens: de 2004 a 2015, as mortes passaram de 18,5 homens a cada 100 mil para 16,3 por 100 mil. Presume-se que essa redução foi devida às políticas públicas de combate ao tabagismo, o aumento dos tributos sobre o cigarro e a proibição de propagandas sobre o produto, além da Lei Antifumo.

O epidemiologista Liz Almeida, gerente da Divisão de Pesquisa Populacional do Inca, defende que a indústria do tabaco deveria acabar. Segundo ele, o aumento dos impostos é um fator determinante para as pessoas pararem de fumar, mas aqui no Brasil, em comparação com outros países, o produto é ainda muito barato.

Sem cigarro, o cofrinho engorda

Se você fuma, já pensou no quanto economizaria por ano se colocasse o dinheiro gasto com cigarro em um cofrinho?

Carolina Ruhman, fundadora do site Finanças Femininas, fez essa conta: seriam R$ 40 mil, caso tivesse economizado o dinheiro gasto em dois maços de cigarro pelo período de dez anos. Ela se lamenta não ter se organizado para investir esse dinheiro, pois, no curto prazo, parece que não faz diferença guardar R$ 10 por dia.

Existe até um aplicativo que ajuda a fazer as contas dos dias sem fumar e da economia que isso traz para o bolso. A cozinheira Daniele Borges está usando esse aplicativo e, após 491 dias sem fumar, ela deixou de consumir 19.654 cigarros e economizou R$ 5.896. Com o dinheiro, mobiliou a casa. Como ela diz: “Nunca parei para ver quanto gastava, nenhum fumante quer fazer isso”.

Quem sabe o caminho financeiro não seja um bom aliado para ajudar a parar de fumar?

Especialmente indicado para você:

POR QUE O CIGARRO É MAIS PERIGOSO DO QUE HÁ 50 ANOS? VEJA O QUE ESTÁ POR TRÁS DA SUA INDÚSTRIA

CIGARRO MATA! MAS NÃO APENAS QUEM FUMA, QUEM O PRODUZ TAMBÉM




Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


ASSINE NOSSA NEWSLETTER

Compartilhe suas ideias! Deixe um comentário...