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Já há alguns anos, a ritalina tornou-se uma medicação polêmica, após ser muito usada, a partir da década de 1950, no tratamento de crianças diagnosticadas com hiperatividade e transtorno de déficit de atenção. Por isso mesmo, foi popularmente chamada de a “droga da obediência”.
Mas, segundo o site Gabarito Final, a droga se tornou muito popular, também, entre os estudantes de concurso público, acreditando ser um meio para melhorar a sua concentração durante os estudos. O perigo é que a ritalina vem sendo usada sem indicação médica e, por causa disso, está sendo vendida ilegalmente pela internet. Entretanto, a crença de que a droga aumenta a capacidade de acumular informação é falsa.
A ritalina tem metilfenidato, substância que potencializa a ação de dois neurotransmissores: noradrenalina e dopamina, capazes de reduzir o déficit de atenção, o TDAH. Como consequência, o indivíduo diagnosticado como hiperativo fica mais atento e concentrado.
Como qualquer outra medicação, a ritalina tem efeitos colaterais, sobretudo, para quem a toma sem necessidade. De acordo com a psiquiatra Andiara de Saloma: “O cérebro tem limites e quando alguém está estudando, essa pessoa precisa do tempo adequado de descanso e sono para que possa armazenar as informações assimiladas. A ideia de que as drogas podem aumentar a capacidade de armazenamento é um grande erro”.
Efeitos como taquicardia, dores no peito e perda da libido também estão entre os efeitos colaterais da medicação. O metilfenidato ainda pode afetar o sistema nervoso central provocando reações como: psicose, alucinações, convulsões, sonolência, ansiedade e, até mesmo, desejo de suicídio, alerta o coordenador de Políticas Sobre Drogas no Estado de São Paulo, Luiz Alberto Chaves de Oliveira.
Segundo Oliveira, outro dado preocupante é que entre 30% e 50% dos jovens em tratamento por dependência química afirmam já terem feito uso abusivo de metilfenidato, cujo efeito estimulante é similar ao da cocaína.
Por isso mesmo, o risco de dependência à ritalina é alto. Após alguns anos de uso, o indivíduo necessita de uma dose maior para obter o efeito almejado.
Atualmente, o Brasil é o segundo país do mundo onde mais se vende a ritalina, ficando atrás, apenas, dos Estados Unidos. Isso se deve à pressão da indústria farmacêutica em vender o produto. O consumo da droga, entre 2000 e 2012, aumentou, mesmo sendo vendida nas farmácias com a tarja preta: de 71.000 caixas vendidas por ano passou a 1.850.000.
A Novartis, fabricante da ritalina, pressiona o governo para institucionalizar a medicação no Brasil. Já o Conselho Federal de Psicologia lançou uma campanha alertando sobre os argumentos da fabricante com o slogan: “Se você acha que seu filho está muito arteiro, fique calmo. Ele está apenas sendo criança, não tem TDAH”.
O alerta não é negar o TDAH, mas o uso indiscriminado da ritalina, não apenas por crianças mas, também, por adultos. Neste grupo, a ritalina passou a ser conhecida como a “droga da inteligência”, conforme considera o Azul Psicologia.
Sempre fazemos este alerta aqui no GreenMe: nunca use qualquer medicamento sem consultar, antes, um médico que certifique a eficácia do tratamento com determinada medicação.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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