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Ontem, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) já havia colocado o Brasil em estado de alerta inicial para o coronavírus, o que representa o índice de 1 em uma escala que vai até 3, quando é decretado estado de emergência de saúde pública, a partir da confirmação de casos de transmissão.
A situação foi alterada pelo governo federal, colocando o país no nível 2, risco iminente. A razão da alteração é que o Ministério da Saúde confirmou que está investigando três casos suspeitos do coronavírus no país.
Um deles é de um estudante de Minas Gerais que, supostamente, esteve na cidade de Wuhan, na China, de onde surgiram os primeiros registros da epidemia. O jovem de 22 anos apresenta os mesmos sintomas provocados pelo vírus, informa a BBC News Brasil.
O estudante está passando por uma série de exames, cujos resultados devem sair até sexta-feira. Caso seja confirmada a infecção, será o primeiro registro da doença no Brasil e na América do Sul.
Os outros dois casos, registrados em Porto Alegre e Curitiba, dizem respeito a pessoas que estiveram em regiões onde o vírus 2019-nCoV foi transmitido por contato com pessoas infectadas, segundo parâmetros estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O alerta é decorrente da indicação da OMS, nessa segunda-feira, de que o risco global de surto não é mais “moderado”, mas sim “elevado”. Por isso, o Ministério da Saúde estabeleceu critérios mais rigorosos de monitoramento dos casos. De acordo com o ministro da pasta, Luiz Henrique Mandetta:
“Agora, vamos [considerar] toda a China, não importa qual Província. Muito provavelmente, vai haver uma sensação de que estão aumentando os casos suspeitos”.
Diante desse novo cenário, o governo federal decidiu elevar a classificação de risco do Brasil de 1 (alerta inicial) para 2 (perigo iminente). Segundo o infectologista do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, Esper Kallás:
“A elevação do risco significa que o país precisa se preparar para uma potencial introdução do vírus por aqui. Já vimos isso ocorrer em outros lugares, e é preciso tomar medidas de contenção para que o primeiro caso confirmado não venha a criar uma cadeia de transmissão no Brasil”.
Agora já são 16 países com registro do coronavírus em todo o mundo. Cerca de 4,5 mil casos de infecção já foram confirmados e mais de 100 pessoas já morreram por causa do 2019-nCoV na China.
Todos as pessoas infectadas nesses outros 15 países estiveram na região chinesa onde começou a transmissão do vírus.
A recomendação do Ministério da Saúde é que os brasileiros evitem ir para essa região. Mandetta aconselhou aos viajantes que não se exponham ao risco e, depois, retornem ao Brasil, medida para evitar o contágio no país.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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