Segundo a BBC uma pesquisa recente sugeriu que existe uma maior incidência de casos de obesidade nas crianças nascidas por cesárea em comparação com seus irmãos nascidos por parto normal.
Segundo este estudo da Harvard TH Chan Escola de Saúde Pública, da Faculdade de Medicina de Harvard, 15% das crianças nascidas por parto cesárea apresentam obesidade em idade pré-escolar e este risco pode persistir até a idade adulta.
A “cesárea é, sem dúvida, um procedimento necessário e salva-vidas em muitos casos”, disse Jorge Chavarro, professor associado de nutrição e epidemiologia na Universidade de Harvard Chan School e autor sênior do estudo.
“Mas cesarianas também têm alguns riscos conhecidos para a mãe e o recém-nascido. Nossos resultados mostram que o risco de obesidade na prole poderia ser outro fator a considerar.” Leia mais aqui
A discussão aponta para que, no parto vaginal os bebês são expostos, naturalmente, às bactérias saudáveis presentes no corpo da mãe e que, ao que parece, ajudam o organismo a regular sua dieta futura e a formação, ou não, das chamadas “células gordas”. Por outro lado, bebês que nascem de cesárea também são os que menos chances têm de serem amamentados (isso quando a cesárea é realizada por razões estéticas, ou de medo do processo de parto, razões estas que, muitas vezes, também estão ligadas ao medo ou falta de vontade de amamentar – enfim, ligadas a um sentimento de maternage.
Este estudo, bastante amplo, pois verificou durante 16 anos a correlação parto-obesidade em 22 mil crianças, obviamente está inserido na atual realidade de vida – estresse, alimentação industrializada, uso da cesárea como parto prioritário – da população estudada (EUA) e, com certeza, permite extrapolar a situação para outros países com realidades semelhantes.
O diferencial deste estudo é que, em famílias cujos filhos nasceram por métodos diferentes, os que nasceram por cesárea apontaram 64% mais de chances de desenvolverem obesidade do que seus irmãos nascidos por parto normal. Porém, os pesquisadores não afirmam que a cesárea é a causa do aumento da obesidade mas antes, explicam quais os mecanismos que estão vinculados à ocorrência deste tipo de parto e a obesidade e, segundo eles, o que melhor explicaria essa ocorrência é a diferença existente na microbiota intestinal (a flora intestinal) dos bebês nascidos em parto normal e aqueles nascidos em parto cirúrgico.
“Os partos por cesárea são, mais frequentemente, resultado de uma necessidade médica ao invés de serem eletivos, e, por isso, este risco superaria qualquer preocupação da mãe com a possibilidade no futuro de problemas ligados ao peso (da criança)”, explicou Simon Cork, pesquisador associado do Departamento de Medicina Investigativa do Imperial College de Londres.
Mas, como sabemos, essa não é uma verdade para o Brasil onde cesárea é sim um “parto eletivo” onde pesa, e muito, a vontade da parturiente, sobre qualquer necessidade clínica. Segundo o Ministério da Saúde no Brasil ainda 55% das crianças nascem por cesárea o que pode ser considerado uma verdadeira epidemia já que ultrapassa em muito os 15% da recomendação da OMS. O Brasil vem lutando para a redução desta taxa e encontra resistência, principalmente, nos serviços privados onde as cesáreas alcançam o absurdo de serem 84% de todos os partos realizados. (Saiba mais sobre este assunto neste relatório do CONITEC, onde são traçadas as diretrizes para o parto cesárea).
As novas resoluções sobre a cesárea eletiva, do CFM, indicam a 39º semana como sendo possível se eleger um parto cesariana mas aponta também os riscos inerentes a esta intervenção cirúrgica.
Porém, Brasil tem algumas dificuldades que favorecem o uso do parto cesárea, como se pode ler aqui, entre elas, a falta de médicos obstetras em todos os horários, falta de anestesistas e outros semelhantes.
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Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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