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A cirurgia plástica virou sinônimo de botox e próteses de silicone nos seios e nos glúteos, mas este ramo da medicina é muito mais do que isso. A sua história é muito interessante e bonita, pois a técnica já era utilizada desde a Antiguidade para o bem do homem.
O maior nome da cirurgia plástica brasileira, Ivo Pitanguy, morreu aos 93 anos anteontem (6). Ele não só foi um grande especialista como também um médico humanitário que ajudou muitas pessoas sem recursos financeiros a reconstruírem seus corpos depois de graves acidentes ou por terem má formação congênita.
Essa é uma longa história que tem início na Antiguidade. Na Índia antiga, já havia um grande cirurgião, Susrutha. Lá, no século VIII a.C., utilizavam-se transplantes de pele para reconstruções. Já os Romanos, no século I a.C., realizavam simples técnicas, entre elas, a de reparação de orelhas danificadas.
No século IV d.C, o médico bizantino Oribasius escreveu sobre vários procedimentos de cirurgia plástica em sua enciclopédia médica Synagogue Medicae. Dentre as técnicas descritas por Oribasius estão a utilização de retalhos para evitar a distorção das características faciais e o processo de criar fios de sutura sem tensão. Seu trabalho inspirou técnicas médicas e cosméticas contemporâneas, principalmente no controle de feridas e na reconstrução facial.
Ao longo de sua existência, a cirurgia plástica reconstituiu e vem reconstituindo os corpos mutilados por guerras, por acidentes, por malformações congênitas. Vem melhorando a qualidade de vida de muita gente e, portanto, não deve ser vista apenas como uma coisa supérflua ligada somente à estética. Aliás, era exatamente essa visão que tinha o nosso querido Ivo Pitanguy.
Ivo Pitanguy dizia que “quem estuda para ser médico, tem que ter um grau enorme de compaixão”. Logo, a medicina não deve ser um lugar para colecionar patentes, mas sim de compartilhamento de um saber.
O médico não apenas atendia como cirurgião, mas também dava aulas na PUC-RJ e no Instituto de Pós-Graduação Carlos Chagas, demonstrando um grande compromisso público. Além disso, ele também foi chefe da 38ª Enfermaria da Santa Casa, onde operava gratuitamente vítimas de acidentes e doenças congênitas.
Pitanguy alertava que cada grupo étnico tem o seu sentido de beleza, o qual deve ser respeitado. Logo o conceito de “beleza universal” não existe, é uma invenção. Por isso, a cirurgia plástica deve trabalhar sobre o biotipo, e não mudá-lo. Ele defendia que não se pode transformar uma etnia em outra e que a beleza está em todas.
Para Pitanguy, a parte fundamental do processo da cirurgia plástica está na entrevista com o paciente, quando ele procurava reconhecer quem estava à sua frente, para perceber se o paciente estava dentro das suas possibilidades de atuação, bem como de suas limitações. O paciente deve entender que não vai se transformar em outra pessoa, mas sim que será uma pessoa melhor dentro das limitações da medicina e respeitando quem ela é.
O grande ensinamento de Ivo Pitanguy, além do valor de uma medicina humanizada, é respeitar quem o outro é e a si mesmo, já que esse respeito deve ser legitimado pelo próprio paciente.
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Fontes: revistamarieclaire, teucorpo
Fonte foto: Ivo Pitanguy com a tocha Olímpica Rio2016
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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