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Se você gosta da folia e não pretende escapar para nenhuma cachoeira porque quer cair de cabeça no carnaval – talvez para encontrar o amor da sua vida ou só por curtição – saiba, no entanto, que alguns cuidados são fundamentais. Não só a AIDS deve ser uma preocupação para os foliões. A herpes também é um doença transmissível que pula o carnaval dando muitos beijos blocos a fora.
Este ano, a campanha do governo federal sobre doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) é Deixe a camisinha entrar na festa. Parece a mesma campanha todo ano, um repeteco sem fim, mas é que no carnaval a vulnerabilidade de adquirir DSTs é mesmo maior. As pessoas bebem e se esquecem de se cuidar, seguindo à risca o mantra do carnaval de dias de liberdade total. Mas hoje, com tantas informações disponíveis, não há razão para não se cuidar.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que dois terços da população mundial tem o vírus da herpes. Como a herpes labial é altamente contagiosa e passada por meio de secreção pelo compartilhamento de copos, beijos, sexo oral e objetos de uso comum, o risco é muito alto na época do carnaval.
O maior risco de transmissão é na fase inicial, isto é, no início do aparecimento das lesões, quando o infectado nem sabe que está com o vírus.
O dermatologista do Hospital das Clínicas de São Paulo, Walmar Roncalli, explica que a melhor forma de tratamento é a prevenção. Alguns fatores diminuem a imunidade e aumentam o risco de contágio, como: dormir mal, comer mal, álcool, sol e, claro, o beija-beija.
No caso dos pacientes cuja doença se manifesta pelo menos seis vezes ao ano, é preciso fazer um tratamento profilático ou preventivo com medicamentos antivirais.
Só no Brasil foi registrado, em 2015, um recorde no número de pessoas em tratamento de HIV: 81 mil brasileiros começaram tratamento no ano passado, um aumento de 13% em relação a 2014. O Sistema Único de Saúde (SUS), de 2009 a 2015, passou a atender de 231 mil a 455 mil pessoas.
Além de haver dobrado o número de pessoas em tratamento, outro dado importante é que 91% dos brasileiros adultos portadores de HIV em tratamento há pelo menos 6 meses já apresentam carga viral indetectável no organismo. “Isso significa que essas pessoas não mais transmitem o vírus para outras, e que os antirretrovirais fizeram efeito. É um grande avanço em termos de saúde pública, embora o uso da camisinha continue sendo preponderante para prevenir a contaminação”, comentou Fábio Mesquita, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
Outra boa notícia é que o Brasil atingiu uma das três metas estabelecidas pelo Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS), a 90-90-90, cujo objetivo é realizar testes em 90% das pessoas vivendo com HIV, tratar 90% delas e alcançar em 90% uma carga viral indetectável até 2020 em todo o mundo. “O número de pessoas em tratamento representa um recorde histórico. Nunca tanta gente começou a se tratar em um só ano. Isso significa que a campanha realizada pelo Ministério da Saúde no último ano, a #PartiuTeste, funcionou, assim como a campanha do Dia Mundial e as ações que desenvolvemos no âmbito do Programa Nacional de DST, Aids e Hepatite Virais”, comemorou o diretor no evento.
Entre os dias 27 de janeiro e 6 de fevereiro está sendo veiculada a campanha de carnaval com o slogan Deixe a Camisinha Entrar na Festa. O objetivo da campanha é reforçar o uso do preservativo como a principal estratégia de combate ao HIV, enfatizando a importância da prevenção.
As redes sociais são o grande alvo da campanha este ano e para elas foram preparadas peças publicitárias especiais. Outro diferencial deste ano é que a campanha continua na Quarta-Feira de Cinzas com a distribuição de folhetos em postos de saúde e outdoors informando sobre a profilaxia pós-exposição (PEP), um procedimento que evita a proliferação do vírus HIV nos casos em que, havendo sexo desprotegido, seja tomada medicação em até 72h após exposição ao vírus.
Durante todo o carnaval serão distribuídos 5 milhões de preservativos em ações especiais em blocos nas cidades de Recife, Olinda, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Ouro Preto. Nos meses de novembro e dezembro, foram enviados 123 milhões de preservativos para essas localidades e, em janeiro, foram enviados mais 31 milhões.
Não há motivo para se descuidar na folia. Informação e preservativos não faltam, assim como a alegria do carnaval.
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Fonte foto: fotospublicas.com
Categorias: Saúde e bem-estar, Viver
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