Novo Estudo Revela Benefícios da Dieta Cetogênica em Pessoas com Doenças Mentais Graves


Um recente estudo piloto conduzido pela Escola de Medicina de Stanford mergulhou no impacto da dieta cetogênica nas doenças mentais, revelando resultados promissores.

Durante quatro meses, 21 participantes com condições psiquiátricas e anormalidades metabólicas, como obesidade e diabetes, adotaram uma dieta cetogênica. Os resultados foram notáveis, com melhorias não apenas no perfil metabólico, mas também na saúde mental dos participantes.

O estudo, publicado na revista Psychiatry Research, destaca uma conexão surpreendente entre nutrição e saúde mental. A escolha da dieta cetogênica foi baseada em evidências prévias de seus benefícios para pacientes com epilepsia refratária.

O Estudo

Os participantes receberam orientações para seguir uma dieta com baixo teor de carboidratos e alto teor de gordura, acompanhados por profissionais de saúde ao longo do estudo. Os resultados mostraram melhorias significativas em condições metabólicas e psiquiátricas. A síndrome metabólica, presente em 29% dos participantes inicialmente, desapareceu completamente após o período de estudo.

Além disso, três quartos dos pacientes experimentaram melhorias clinicamente significativas em seus sintomas psiquiátricos graves.

Em resumo

  • O estudo mostrou que a terapia com dieta cetogênica resultou em reversão da síndrome metabólica na coorte de pessoas com doenças mentais graves.
  • Os participantes com esquizofrenia mostraram uma média de melhoria de 32% de acordo com a breve escala de classificação psiquiátrica.
  • A porcentagem de participantes com transtorno bipolar que mostrou uma melhoria de 1 ponto na impressão global clínica foi de 69%.
  • Maiores benefícios nos biomarcadores observados nas pessoas que aderiram a dieta  cetogênica.
  • O estudo piloto sugere duplos benefícios: metabólicos/psiquiátricos com a terapia cetogênica.

A Origem da Dieta Cetogênica

Não surpreende que essa dieta tenha sido testada para tratar problemas psiquiátricos. A dieta cetogênica foi inicialmente desenvolvida na década de 1920 para tratar crianças com epilepsia, mas perdeu destaque nos anos 70 e 80 com a ascensão dos medicamentos para tratar a condição. Posteriormente, descobriu-se que ao induzir um estado metabólico chamado cetose, no qual o corpo utiliza gordura como principal fonte de energia, a dieta também pode promover a perda de peso. Além disso, a cetose tem sido associada a outros benefícios, como a melhora dos níveis de glicose no sangue e aumento da energia. Dessa forma, o que começou como uma terapia para epilepsia acabou se tornando uma opção popular para aqueles que buscam perder peso e melhorar sua saúde metabólica.

Os resultados deste estudo destacam um outro potencial da dieta cetogênica. Os pesquisadores enfatizam que esses resultados sugerem não apenas uma melhoria no metabolismo corporal, mas também no funcionamento cerebral. No entanto, é importante notar que este foi um estudo piloto com um número limitado de participantes, e a dieta cetogênica deve ser abordada sob orientação médica adequada.

O estudo Ketogenic Diet Intervention on Metabolic and Psychiatric Health in Bipolar and Schizophrenia: A Pilot Trial foi publicado na Psychiatric Research.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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