Estudo Revela Presença de Microplástico em Placentas e Artérias Humanas: Alerta de Saúde Global


Um estudo recente revelou a presença de microplásticos em todas as placentas examinadas, suscitando alarme sobre possíveis riscos à saúde dos bebês ainda em gestação. A pesquisa, que analisou 62 amostras de tecido placentário, identificou o polietileno, material comum em sacolas e garrafas plásticas, como o tipo de plástico mais frequentemente encontrado.

Em uma pesquisa relacionada, microplásticos foram achados em todas as 17 amostras de artérias humanas estudadas, levantando preocupações sobre a possibilidade de contribuírem para o bloqueio vascular.

Esses achados vêm no contexto de descobertas anteriores que localizaram microplásticos no sangue humano, pulmões e até nas fezes de adultos e bebês, evidenciando uma ampla disseminação dessas partículas pelo corpo humano.

Os efeitos específicos dos microplásticos na saúde ainda não são totalmente compreendidos, mas estudos indicam que eles podem danificar células humanas, causar inflamação ou liberar substâncias químicas nocivas.

A poluição por microplásticos se tornou um problema global, com resíduos plásticos invadindo todos os cantos do planeta, dos picos mais altos às profundezas oceânicas. A exposição humana a essas partículas ocorre principalmente através da ingestão de alimentos e água contaminados, além da inalação do ar poluído.

O crescente acúmulo de microplásticos nos tecidos humanos tem sido associado a um aumento em várias condições de saúde, incluindo doenças inflamatórias intestinais, câncer de cólon em indivíduos jovens e redução da contagem de esperma. Uma pesquisa de 2021 apontou que indivíduos com doenças inflamatórias intestinais possuem uma quantidade 50% maior de microplásticos em suas fezes.

A produção global de plásticos em ascensão intensifica a preocupação com os impactos dos microplásticos no meio ambiente e na saúde humana. Os resultados do estudo, publicados na revista Toxicological Sciences, mostraram que todos os tecidos placentários testados continham microplásticos, com variação de concentração significativa.

Além do polietileno, PVC e náilon foram outros plásticos comumente encontrados. A técnica usada para detectar microplásticos envolveu a separação dos mesmos do tecido através de processos químicos e centrifugação, seguida da análise de suas assinaturas químicas.

Pesquisadores chineses empregaram um método semelhante para identificar microplásticos em amostras de artérias humanas. A descoberta de microplásticos em placentas, inicialmente feita em 2020 em Itália, sugere que essas partículas podem carregar substâncias nocivas, potencialmente causando efeitos prejudiciais à saúde a longo prazo.

A presença de microplásticos nas placentas é particularmente alarmante, dada a curta duração do desenvolvimento placentário comparado ao acúmulo de microplásticos em outros órgãos ao longo da vida.

Fonte: The Guardian

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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