Índice
Em um recente episódio do reality-show Big Brother Brasil, a famosa criadora de conteúdo digital, Vanessa Lopes, surpreendeu a audiência ao desistir do programa de maneira abrupta, por ter tido comportamentos considerados estranhos, que geraram especulações sobre a hipótese de um possível surto psicótico. O que é um surto psicótico? Será que Vanessa esteve a um passo da loucura?
O bafafá em torno da desistência da moça em participar do programa foi grande. Entre os motivos levantados sobre o culminar de um surto (ou quadro psicótico agudo), estão:
Com uma base sólida de mais de 45 milhões de seguidores nas redes sociais, Vanessa Lopes é conhecida por sua influência digital. No entanto, sua participação no Big Brother a teria colocado diante de desafios que iam além de sua zona de conforto e do seu autocentramento. A exposição constante e o isolamento do mundo exterior poderiam ter desencadeado um conflito interno em Vanessa. Seus pensamentos autocentrados e seu ego teriam sido desafiados, levando-a a uma não aceitação da realidade que o programa proporcionava.
A influência dos outros participantes teria desempenhado um papel preponderante no desenrolar dos eventos. Vanessa Lopes, acostumada a ser a figura central em suas narrativas digitais, viu-se repentinamente influenciada pelas dinâmicas do Big Brother. Essa mudança súbita teria desencadeado dúvidas internas, fazendo-a questionar sobre sua própria sanidade mental. A interferência de outros participantes teria alimentado a ideia de que ela estava perdendo o controle, acreditando, de forma distorcida, que estava à beira da loucura.
Vale ressaltar que os eventos característicos do confinamento dos participantes na casa do Big Brother predispõem a fatores como estresse, pressão psicológica e isolamento. Dessa forma, situações fora da rotina podem desencadear reações emocionais intensas e até mesmo levar a episódios de conflito interno.
Em suma, ao se aprofundar sobre o caso de Vanessa Lopes no BBB, fica evidente a complexidade do programa e talvez a falta de cuidado da produção em verificar a idoneidade dos participantes, em suportar a dificuldade que o jogo impõe.
Antônio Geraldo da Silva, médico que acompanha o caso de Vanessa Lopes e também presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria, acredita que o que aconteceu com sua paciente dentro do BBB poderia ocorrer com qualquer pessoa, mesmo sem histórico de doença mental:
“Chamamos de quadro psicótico agudo aqueles em que a pessoa, que apresentava um funcionamento normal, repentinamente rompe com a realidade e passa a vivenciar uma realidade paralela. Não é necessário ter qualquer histórico prévio para realizar esse diagnóstico, e o prognóstico futuro dependerá inteiramente das ações tomadas no presente diante da presença da doença. Quanto mais cedo a intervenção ocorrer, melhores serão os resultados e o prognóstico”, afirmou o psiquiatra.
Os termos “quadro psicótico agudo” e “surto psicótico” são frequentemente utilizados de maneira intercambiável, mas pode haver nuances específicas entre eles, dependendo do contexto clínico ou profissional. Em geral, ambos se referem a episódios psicóticos caracterizados por uma perda temporária de contato com a realidade. No entanto, algumas diferenças conceituais podem ser consideradas:
Aborda um estado mais amplo de psicose aguda, não necessariamente vinculado a um surto específico. Pode incluir episódios psicóticos isolados ou recorrentes. O termo “agudo” sugere uma natureza de início súbito e evolução rápida. Pode ser causado por diversos fatores, incluindo transtornos psicóticos primários, transtornos afetivos ou condições médicas.
Refere-se a um episódio específico de sintomas psicóticos, geralmente de curta duração. Pode ser desencadeado por estresse, trauma ou outras causas psicossociais. Os sintomas podem incluir delírios, alucinações, pensamento desorganizado e mudanças no comportamento. Pode ocorrer em pessoas com transtornos mentais subjacentes, mas também em resposta a situações extremas.
Em resumo, o “quadro psicótico agudo” pode abranger um espectro mais amplo de estados psicóticos, sendo um termo mais geral, enquanto o “surto psicótico” muitas vezes se refere a um episódio específico de sintomas psicóticos.
Ambos os conceitos estão relacionados à necessidade de avaliação e intervenção clínica para compreender as causas e propor possíveis tratamentos.
O surto psicótico é um fenômeno complexo que pode afetar indivíduos de diferentes idades e realidades.
Um surto psicótico refere-se a um estado mental em que uma pessoa perde contato com a realidade, manifestando sintomas como delírios, alucinações e comportamentos desorganizados. Este fenômeno pode ser episódico e temporário (diagnóstico da Vanessa Lopes), mas também pode estar associado a transtornos psicóticos crônicos.
As causas dos surtos psicóticos podem ser diversas e multifatoriais. Questões genéticas, desequilíbrios químicos cerebrais, traumas psicológicos, estresse excessivo e abuso de substâncias são alguns dos fatores que podem desencadear esse estado. Compreender as raízes é essencial para um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz.
Identificar sinais precoces de um surto psicótico é crucial para intervenções rápidas e efetivas. Alguns dos sinais comuns incluem delírios (crenças falsas e irracionais), alucinações (percepções sem base na realidade), desorganização no pensamento e comportamentos bizarros. Observar mudanças significativas no comportamento de um indivíduo pode ser um indicativo importante.
O tratamento do surto psicótico geralmente envolve uma abordagem multidisciplinar. Psicanálise, psicoterapia, medicamentos antipsicóticos, suporte psicossocial e a participação da família são componentes fundamentais. A intervenção precoce e um acompanhamento regular são essenciais para gerenciar os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.
A psiquiatra Dra. Maria Fernanda Caliani explica como o surto psicótico ocorre e quais as reações e os comportamentos que caracterizam essa psicose:
Se você leu o artigo com atenção e assistiu ao vídeo acima, talvez tenha desconfiado que Vanessa Lopes não teve surto psicótico, pelo simples fato de que a moça desconfiou estar louca. Quem tem medo ou desconfia de estar louco, na verdade está bem.
Tem muito vídeo, no TikTok sobretudo, divulgando informações erradas que podem levar qualquer pessoa sã acreditar que está louca, por falar sozinha e por ter um “surto” diante de um evento traumático, comportamentos absolutamente justificáveis.
É importante ter em mente que um diagnóstico médico não pode ser feito através de um ou dois vídeos divulgados em um programa como o Big Brother (que é uma situação nova e estressante para qualquer um) e sair patolologizando e medicalizando pessoas sãs. Um diagnóstico sério deve levar em conta todo o histórico do paciente e não ser feito em dois minutos.
Entre muitas bobagens que vimos por aí, o vídeo abaixo foi, a nosso ver, o mais honesto. Vamos parar de patologizar pessoas sãs. Saúde mental é coisa séria. Psicose é seríssimo. Não estamos todos loucos! Felizmente!
Fontes:
Explore mais conteúdos sobre a Psique Humana em:
Você fala sozinho? Você é louco ou inteligente? Descubra aqui!
Só existem INFLUENCERS porque existem IDIOTERS
Como não se deixar influenciar por influenciadores
As Melhores Frases de Sigmund Freud para Você se Autoanalisar
Descubra a Si Mesmo: 12 Perguntas Essenciais para o Autoconhecimento
Qual é a diferença entre Psicoterapia e Psicanálise?
Categorias: Saúde e bem-estar
ASSINE NOSSA NEWSLETTER