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São cômodos de usar e nos bares permite que você escolha o seu sabor preferido entre tantos outros. Mas quem gosta de um bom chá, principalmente quem bebe tanto chá, deveria excluir aqueles de saquinho (ou sachê). Saiba o porquê.
Aqueles sachês triangulares geralmente são feitos de materiais plásticos como o nylon. É usar para beber um coquetel de nano e microplástico em forma de chá. Esses saquinhos muitas vezes contêm polipropileno não biodegradável, feitos de polímeros supostamente de “qualidade alimentar” que podem liberar nano e microplástico durante o processo de infusão.
Um estudo recente destacou a preocupante ingestão anual de partículas de microplásticos (MP) por pessoas, variando entre 39.000 e 52.000 partículas de microplástico por ano, dependendo de sexo e idade. Com mais de 20% dos compostos plásticos classificados pela União Europeia como preocupantes devido à persistência, acumulação em tecidos gordurosos humanos e/ou toxicidade, a poluição por MP representa uma ameaça à saúde e ao meio ambiente.
Mas além do plástico, esses saquinhos também podem conter uma variedade de outras substâncias indesejadas como compostos de flúor, arsênico, sal de rádio, alumínio, cobre, chumbo, mercúrio, cádmio, bário e nitratos, contribuindo para uma potencial ameaça à saúde.
Estudos revelam que ao fazer chá em saquinhos plásticos, bilhões de partículas de micro e nanoplásticos podem ser ingeridas a cada xícara. A exposição constante a essas partículas plásticas pode levar a problemas de saúde, incluindo distúrbios endócrinos, toxicidade reprodutiva, risco de câncer, problemas metabólicos, nutricionais e interferências no neurodesenvolvimento.
Infelizmente não apenas os sachês triangulares de nylon são problemáticos. Os de papel também são por conterem PFAS: substâncias polifluoroalquil, que são compostos orgânicos antropogênicos que consistem em cadeias de carbono fluorado com vários grupos funcionais. Os PFAS são estáveis, inertes e resistentes à degradação. Essas características os tornam perfeitos para serem usados em produtos de consumo no dia a dia, como embalagens de fast-food, canudos, copos de papel, utensílios de cozinha e tecidos resistentes a manchas. São usados inclusive em copos e talhares biodegradáveis para repelirem água.
Considerados substâncias eternas, muitos PFAS se acumulam em organismos vivos por causa de sua alta resistência à degradação e seus malefícios à saúde se tornaram uma preocupação emergente nos últimos anos.
Além dos PFAS, saquinhos de chá de papel podem conter uma substância química chamada epicloridrina, usada para evitar que os saquinhos se rompam durante a infusão. A epicloridrina é um potencial cancerígeno e uma toxina reprodutiva que pode se dispersar quando exposta à água quente.
Além dos riscos à saúde, os saquinhos de chá contribuem para a poluição ambiental, podendo levar centenas de anos para se decompor na natureza, fragmentando-se em partículas que variam de 1 µm a 5 mm. Essas partículas podem representar perigos tanto para o ambiente quanto para a saúde humana.
Embora as consequências da ingestão de nano e microplásticos, bem como de PFAS na saúde humana ainda não sejam totalmente compreendidas, evidências de efeitos subletais em outras espécies indicam riscos potenciais. Não queremos alarmar, mas diante dessa problemática, é sugerido que os amantes de chá evitem saquinhos de chá descartáveis em favor de chás a granel ou soltos, preparados em filtros de vidro, inox ou cerâmica. A transição para embalagens sem plástico também é destacada como uma medida importante. É essencial incentivar a indústria do chá a adotar práticas mais sustentáveis, minimizando a presença de plástico nas embalagens e buscando alternativas eco-friendly.
Fontes:
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Categorias: Saúde e bem-estar
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