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Que atire a primeira pedra quem não tem alguma mania? Algumas vezes, esses hábitos acompanham as pessoas desde a primeira infância. Porém é preciso ficar de olho, pois no caso das crianças, alguns tiques – especialmente se forem persistentes – podem indicar distúrbios, como a Síndrome de Tourette. Balançar a cabeça, piscar muito, repetir alguns sons. Existem inúmeros tiques que podem estar por trás dessa Síndrome. Mas como identificar se é apenas uma mania ou algo mais sério? Acompanhe abaixo o que é a Síndrome de Tourette, quais os sintomas e como tratar.
A Síndrome de Tourette é um distúrbio que provoca tiques variados e incontroláveis.
Tiques são movimentos involuntários e repetitivos que podem ser provisórios ou persistentes quanto à sua duração. No caso da Síndrome de Tourette, os tiques são motores e vocais, aparecem na infância e, em alguns casos, acompanha o indivíduo durante a vida adulta.
Para ser considerado um distúrbio, as pessoas precisam ter um tique motor ou vocal por algum tempo e de modo frequente, repetindo-o várias vezes ao longo de 24 horas, ou por, pelo menos, três meses consecutivos.
Para ser considerado como Síndrome de Tourette, o tique deve ser motor e vocal (ambos) e ter durar por mais de um ano.
Os tiques podem variar em gravidade e frequência de uma pessoa para outra. Geralmente, os meninos têm 3 vezes mais propensão a desenvolver tiques do que as meninas. O pico dessas manifestações é entre 10 e 12 anos, diminuindo na adolescência. Ou seja, os tiques podem mudar ao longo do tempo, manifestando-se de maneira diferente em diferentes estágios da vida. O estresse e a fadiga, assim como momentos ociosos, podem piorar os tiques. A criança pode começar com um tique temporário e evoluir para um tique persistente ou Síndrome de Tourette.
Entre os sintomas mais comuns estão:
A Síndrome de Tourette é uma condição complexa e multifatorial, cujas causas podem variar de pessoa para pessoa. Fatores hereditários desempenham um papel, mas a síndrome também pode estar associada a outros distúrbios, como Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) ou Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Além disso, anormalidades neurobiológicas, incluindo mudanças nas vias cerebrais e na regulação de neurotransmissores como a dopamina, assim como fatores ambientais, como infecções na infância, complicações durante a gravidez e exposição a substâncias tóxicas, foram investigados como possíveis contribuintes para a condição. Durante o desenvolvimento fetal e na infância, qualquer interferência no desenvolvimento do sistema nervoso central, como lesões cerebrais traumáticas ou problemas durante a gestação, pode aumentar o risco de desenvolver a síndrome de Tourette. A pesquisa continua a explorar esses fatores para entender melhor a origem da síndrome de Tourette e desenvolver tratamentos mais eficazes.
Embora as causas da Síndrome de Tourette envolvam fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais, também tem havido investigações sobre possíveis contribuições de fatores psicológicos no desenvolvimento e manifestação da síndrome. Essa perspectiva examina como o estado emocional, o estresse e outros fatores psicológicos podem interagir com os componentes biológicos da síndrome, embora ainda seja uma área de pesquisa em andamento.
Antes de mais nada, é importante que os pais e cuidadores tenham conhecimento de que o tique é uma ação involuntária e irresistível. Dessa forma, chamar atenção, rir ou pedir para a criança repetir o gesto/palavra pode piorar o quadro. Os sintomas desaparecem, espontaneamente, na maioria dos casos. Porém pode ser necessário fazer um tratamento mais específico.
A abordagem terapêutica varia de acordo com a gravidade dos sintomas e o impacto na qualidade de vida do indivíduo.
Entre os tratamentos possíveis, está a Terapia Cognitiva Comportamental e o treinamento para reversão do hábito, ensinando novos comportamentos para substituir os tiques. Em algumas situações, o especialista pode indicar remédios psiquiátricos em baixa dosagem.
Praticar atividades físicas e exercícios de relaxamento, como meditação e ioga, também pode ajudar. O mais importante é ter empatia e compreensão com a criança, buscando um profissional qualificado para solucionar o problema e melhorar a qualidade de vida.
Fontes:
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Categorias: Saúde e bem-estar
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