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No Brasil, os ricos pagam psicoterapia, enquanto os pobres tomam remédio. E dizem que dinheiro não traz felicidade. De fato, não traz, mas manda fazer psicoterapia.
Uma recente pesquisa inédita lançou luz sobre o panorama da saúde mental no Brasil, revelando uma série de disparidades significativas na abordagem e no tratamento das questões psicológicas. Os dados colhidos pelo Instituto Cactus e pela AtlasIntel trouxeram à tona um quadro complexo, onde as diferenças socioeconômicas desempenham um papel crucial na saúde mental do povo brasileiro.
De acordo com a pesquisa, apenas 5% dos brasileiros estão envolvidos em tratamento psicoterapêutico, enquanto uma parcela maior, cerca de 16,6% (1 a cada 6 brasileiros), faz uso de medicamentos contínuos para tratar problemas emocionais, comportamentais ou relacionados ao uso de substâncias químicas. Essa disparidade é ainda mais evidente quando se observa o acesso à terapia em relação a diferentes grupos demográficos.
Os resultados mostram que os jovens, estudantes, brancos, mulheres, indivíduos de renda mais alta e maior escolaridade são os que mais frequentemente buscam a psicoterapia. Por outro lado, um número significativamente maior de pessoas deixa de ter acesso a tratamentos psicoterapêuticos, incluindo aqueles de renda mais baixa e menor nível de escolaridade.
A pesquisa também evidencia a prevalência do uso de medicamentos, indicando que uma parcela considerável da população recorre a essa abordagem para lidar com questões de saúde mental. No entanto, a pesquisa destaca que a abordagem multidisciplinar, que engloba tanto a terapia quanto a medicina, tende a ser mais eficaz em lidar com essas questões complexas.
Outro aspecto relevante é a relação entre preocupações financeiras e saúde mental. Os resultados revelaram que a situação financeira é uma das principais preocupações que afetam a saúde mental dos brasileiros, com 88% dos entrevistados declarando preocupação com finanças nos últimos tempos.
Esses números ressaltam a necessidade de um olhar mais atento e abrangente para a saúde mental no Brasil. Embora haja uma crescente conscientização sobre a importância do tratamento psicológico, a disparidade no acesso a diferentes formas de tratamento, aliada a fatores como preocupações financeiras, destaca a necessidade de políticas públicas abrangentes que garantam um suporte adequado a todas as camadas da sociedade, e não só no âmbito do tratamento.
Não adianta explorar o trabalhador à exaustão e dar-lhe medicamento para curar Burnout. É toda uma sociedade capitalista de exploração que precisa ser repensada.
Em um mundo onde as pressões da vida moderna podem se manifestar de maneira esmagadora, é essencial que a saúde mental seja tratada com a mesma seriedade que a saúde física. A busca por soluções eficazes deve incluir uma combinação de tratamentos, levando em consideração a diversidade das experiências humanas e buscando garantir que todos tenham acesso igualitário a cuidados e apoio. Afinal, a saúde mental é um patrimônio valioso que transcende barreiras sociais e merece ser tratado com a máxima atenção e respeito.
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Categorias: Saúde e bem-estar
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