Novo estudo revela que a vitamina K pode nos proteger da diabetes

Pesquisadores canadenses identificaram um novo papel para a vitamina K. A descoberta de cientistas da Université de Montréal é um avanço bem-vindo na compreensão dos mecanismos subjacentes ao diabetes, uma doença que afeta uma em cada 11 pessoas em todo o mundo e não tem cura.

Publicado em 11 de maio na Cell Reports, o estudo explica, pelo menos em parte, como a vitamina K ajuda a prevenir a diabetes e pode levar a novas aplicações terapêuticas para a diabetes tipo 2.

A vitamina K é um micronutriente conhecido por seu papel na coagulação do sangue, em particular na gama-carboxilação, uma reação enzimática essencial para o processo. Suspeita-se há vários anos que essa vitamina e, portanto, a gama-carboxilação, possa desempenhar também outras funções.

Vários estudos sugerem uma ligação entre uma ingestão reduzida de vitamina K e um risco aumentado de diabetes. No entanto, os mecanismos biológicos pelos quais a vitamina K protege contra a diabetes ainda são um mistério.

O estudo

No estudo, o professor pesquisador associado de medicina da UdeM, Mathieu Ferron, e sua equipe, foram os primeiros a determinar que as enzimas envolvidas na gama-carboxilação e, portanto, no uso da vitamina K, estavam presentes em grandes quantidades nas células beta pancreáticas, as mesmas células que produzem a preciosa insulina que controla os níveis de açúcar no sangue.

“Sabe-se que a diabetes é causado por uma redução no número de células beta ou por sua incapacidade de produzir insulina suficiente, daí nosso grande interesse nessa nova descoberta”, disse Ferron, pesquisador líder em biologia molecular. “Para elucidar o mecanismo celular pelo qual a vitamina K mantém a função das células beta, foi essencial determinar qual proteína foi alvo da gama-carboxilação nessas células.”

“Conseguimos identificar uma nova proteína gama-carboxilada chamada ERGP”, acrescentou Julie Lacombe, que conduziu o trabalho no laboratório de Ferron. “Nosso estudo mostra que essa proteína desempenha um papel importante na manutenção dos níveis fisiológicos de cálcio nas células beta, a fim de evitar um distúrbio na secreção de insulina. Por fim, mostramos que a vitamina K por meio da gama-carboxilação é essencial para que o ERGP desempenhe seu papel. “

Esta é a primeira vez em 15 anos que uma nova proteína dependente de vitamina K foi identificada, abrindo um novo campo de pesquisa nesta área.

Fontes de vitamina K

Existem duas principais formas de vitamina K: a vitamina K1 (filoquinona) e a vitamina K2 (menaquinona). Estas são algumas fontes dessas vitaminas:

Vitamina K1 (filoquinona)

• Vegetais de folhas verdes escuras, como espinafre, couve, brócolis e agrião.
• Vegetais crucíferos, como couve-flor e repolho.
• Algas marinhas, como nori e dulse.
• Óleos vegetais, como óleo de soja e óleo de canola.
• Feijões e leguminosas, como grão-de-bico e lentilha.
• Alimentos de origem animal, como fígado e gema de ovo.

Vitamina K2 (menaquinona):

• Alimentos fermentados, como natto, que é uma excelente fonte de vitamina K2.
• Produtos à base de soja fermentada, como tempeh e miso.

A quantidade e a disponibilidade de vitamina K podem variar em diferentes alimentos e métodos de preparação.

Fontes:

1. DOI: 10.1016/j.celrep.2023.112500
2. Medical X Press

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