Praticar um esporte, além de toda a carga positiva para o corpo e para a mente, promove, também, a socialização. Independentemente da cultura do outro, o esporte faz com que saiamos da “caixa”. Ainda que nas competições haja um vitorioso, todos os participantes são campeões. O esporte é um lugar onde o clichê “o que importa é competir” é uma máxima!
Devido à importância do esporte – prática que os gregos, desde a Antiguidade, já sabiam ser fundamental para a formação humana – a Organização das Nações Unidades (ONU) estabeleceu, em 2013, o dia 6 de abril como a data comemorativa do Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e pela Paz. Na Declaração da Agenda 2030 para um Desenvolvimento Sustentável, o papel do esporte é reconhecido como promotor do progresso social.
A data representa a potencialidade do esporte para a paz. Não à toa, o líder Nelson Mandela disse que “o esporte tem o poder de mudar o mundo”. Pegando um gancho na fala de Mandela, Irina Bokova, diretora-geral da Unesco, afirma a necessidade de fortalecer esse poder transformador para as bases de um desenvolvimento sustentável e inclusivo.
Ela lembra que, em períodos turbulentos, o esporte é um agente de inclusão social e de empoderamento para a juventude. Afinal, por causa do esporte, homens e mulheres de diferentes culturas se reúnem para jogar, sob as bases do respeito mútuo e do espírito de equipe.
Uma prova disso – e muitos jovens hoje não sabem – é que no período da chamada Guerra Fria, quando haviam os Jogos Olímpicos, era emocionante ver entrar em quadra, por exemplo, as equipes de vôlei dos Estados Unidos e Cuba, ou a disputa, na ginástica olímpica, dos soviéticos.
Embora do lado de fora da arena houvesse conflitos entre países como China, União Soviética, Cuba e Estados Unidos, dentro dela a disputa era limpa e franca, deixando as questões políticas em segundo plano e fazendo despontar a beleza dos atletas em ação, mostrando toda a sua competência técnica.
O esporte simboliza uma vida saudável, aberta à diversidade e à interação e ao respeito ao outro. É espaço de compartilhamento, de afeto e de paixão.
A Carta Internacional da Unesco da Educação Física e do Esporte alerta sobre a necessidade de o esporte ser uma atividade acessível, a fim de que o poder do esporte, devido ao seu grande alcance, se faça valer.
A fronteira entre México e Estados Unidos é um ponto de muita tensão política. Mas lá, uma vez por ano, nasceu uma tradição: jogar uma partida de vôlei, cada time em um lado da fronteira, usando como “rede” o próprio limite entre os dois países. Embora a “rede” seja inadequada para uma partida convencional, o importante é não deixar a bola cair, e nem o entusiasmo de seguir com essa tradicional partida de walleyball.
Em 2016, à época dos Jogos Olímpicos no Rio, duas ginastas da Coreia do Sul e da Coreia do Norte, dois países em conflito, mostraram que o esporte tem o poder de unir. Ambas registraram a amizade em uma selfie, visto que elas sempre treinaram juntas, embora competissem por seus respectivos países.
Outro fator marcante do esporte foi protagonizado pela ucraniana Anna Muzychuk, campeã mundial de xadrez, que se recusou a viajar, em 2017, para a Arábia Saudita, onde seria realizado o campeonato mundial da modalidade. Ela explicou que a razão da negativa era em respeito às suas convicções, contrárias à obrigatoriedade de as mulheres vestirem blusas brancas que as cubrissem até o pescoço e calças azuis ou pretas de cintura alta durante o torneio.
Nesse caso, vemos uma crença ir contra a diversidade. Afinal, o esporte tem o poder de ensinar que existe um outro diferente de nós.
Recentemente, em ocasião das Olimpíadas de Inverno realizada na Coreia do Sul, “momento apropriado e sob as circunstâncias corretas”, quando as duas Coreias estreitaram laços por conta do evento, o presidente dos EUA, Donald Trump se reuniu pela primeira vez com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, para discutirem o fim do programa nuclear.
São muitos os exemplos que o esporte nos deu, e continuará dando, como fator de desenvolvimento social e como promotor da paz entre pessoas e entre povos. O esporte tem o poder de mudar singularmente um indivíduo como uma nação.
Viva o esporte!
6 de abril – Dia Internacional do Esporte para o Desenvolvimento e pela Paz.
Categorias: Esporte e Tempo Livre, Viver
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