Exercícios sem resultados? Você pode estar na categoria dos “nonresponders”


Você já teve a sensação de iniciar um novo exercício e não perceber resultado algum? Se sim, você pode estar dentro da categoria de “nonresponders” como aponta um novo estudo da Queen’s University em Kingston. Para os pesquisadores, nem todos os organismos reagem da mesma forma diante dos mesmos exercícios, e ainda, os resultados podem ser negativos para alguns.

Resultados para alguns e para outros não

Um dos primeiros relatórios a respeito do assunto foi publicado em 2001 através da análise de dezenas de outros estudos sobre pessoas que praticavam ciclismo e outros exercícios de resistência. À época, foi possível concluir que as variações dos resultados individuais de cada pessoa era surpreendente. Enquanto algumas pessoas tinham sua resistência melhorada em até 100%, outros tiveram resultados negativos, mostrando inclusive piora na resistência após a prática de exercícios.

Agora, um novo estudo publicado recentemente pela Queen’s Universisty, confirma não somente a tese de que o organismo de cada pessoa responde diferentemente a cada exercício, mas revela o que deve ser feito para que descubramos qual é o exercício ideal para o nosso organismo, a fim de evitar resultados negativos após semanas praticando a atividade.

O estudo

O estudo foi realizado com 21 pessoas, incluindo mulheres e homens, todos saudáveis em quadros clínicos. Para que fosse devidamente registrado, verificou-se a frequência cardíaca e a quantidade de oxigênio que o organismo de cada participante era capaz de levar aos músculos, além de outros parâmetros relacionados ao fluxo sanguíneo e aeróbico de cada um. Assim, com os dados em mãos, os pesquisadores solicitaram aos participantes que realizassem exercícios aeróbicos com bicicletas ergométricas 4 vezes por semana durante 30 minutos e tomaram nota dos resultados.

No segundo tipo de exercício, cada participante precisou praticar bicicleta ergométrica em marcha pesada durante 20 segundos com intervalos de 10 segundos por algumas semanas. Assim, no final das sessões, os participantes tiveram seus dados colhidos novamente (como a frequência cardíaca) e os resultados foram surpreendentes, pois variaram consideravelmente de participante para participante. Cerca de um terço dos participantes não mostrou melhora nenhuma, sendo classificados então como “nonresponders”, ou, em tradução literal, alguém que não responde aos exercícios.

Para Brendon Gurd, professor da Queen’s University, “não há uma abordagem única para o exercício“, por isso cada participante mostrou um resultado diferente, “mas parece que há um exercício ideal que se encaixa para cada um”, sugere. Para Brendon, a questão é justamente determinar qual é o melhor exercício para cada um.

Qual o melhor exercício para cada um

Brendon Gurd acredita numa metologia simples para identificar o melhor tipo de exercício para cada organismo: tentativa e erro. Segundo o que sugere, a única forma viável é tentar cada exercício, mas tomando nota de dados importantes que revelarão a eficácia do exercício no seu organismo.

Dr. Gurd orienta que antes de iniciar qualquer rotina de exercícios, a pessoa deve prioritariamente medir seu nível de aptidão. Para isso, inicie o exercício (caminhada, subida de escadas, corrida e etc.) e em seguida, após o término, verifique e anote o seu pulso. Então, os exercícios iniciados devem ser repetidos dentro do intervalo mínimo de 1 mês.

Quando o período estiver concluído, verifica-se novamente o pulso após a realização de cada exercício. Caso você note que a frequência cardíaca está mais lenta, isso significa que o exercício trouxe resultados positivos. Caso contrário, isso pode significar que você está na categoria “nonresponder”, ou seja, que não reage ao exercício praticado.

Não desista porém

Caso seu organismo não tenha respondido aos exercícios praticados, dr. Gurd sugere que você pratique exercícios diferentes (se correu, tente a bicicleta ergométrica. Se andou, tente subir escadas). Para Brendon Gurd, não reagir a um exercício não deve ser motivo de desânimo, mas muito pelo contrário, pois, uma vez que encontre o exercício ideal para o seu organismo os resultados serão muito mais satisfatórios.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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