Índice
Jiu-jitsu, uma arte marcial cujo nome significa “técnica suave” ou “arte branda”, um nome que parece não ter nada a ver com a luta pesada, cheia de golpes e torções que vemos seus praticantes fazerem. Mas, esta luta pode te ajudar a se autodefender, além de emagrecer e tonificar músculos.
Em japonês jū significa suavidade, brandura e jutsu, arte, técnica. Vejamos de onde vem essa arte, quais são os benefícios e como ela se desenvolve.
Por incrível que pareça, não se trata de uma luta violenta pois o objetivo é se defender dos golpes do adversário sem machucá-lo, apenas imobilizando-o.
Usa-se no jiu-jitsu, bem como em outras técnicas de defesa, a força e o peso do adversário contra ele mesmo o que faz com que a luta possa ser praticada, e até vencida, pelos praticantes menores ou mais fracos. Interessante, não é mesmo?
Como qualquer outra atividade física, o jiu-jitsu faz bem para a saúde, ajuda a emagrecer, a liberar endorfina e se sentir bem, a tonificar músculos e melhorar o sistema cardiorrespiratório.
Seus benefícios podem ser assim resumidos:
O praticante pode perder até 1000 calorias em uma aula que dura aproximadamente 1 hora, 90 minutos.
Os músculos mais trabalhados são pernas, costas, braços, peito e toda a região abdominal. O melhor é trabalhar tais músculos sem ter que recorrer a exercícios monótonos em aparelhos que trabalham cada músculos separadamente. Dessa forma a composição muscular fica também mais natural, menos marcada.
Melhora o sistema cardiorrespiratório
O jiu-jitsu melhora a capacidade cardiovascular e a respiração, faz muito bem para o coração porque trabalha com exercícios aeróbicos.
Muitas aulas começam com circuitos no tatame para aquecer músculos e preparar o sistema cardiorrespiratório. Fazem-se polichinelos, flexões, corridas, alongamentos.
Como toda atividade física, o jiu-jitsu dá sensação de bem-estar graças a endorfina que o corpo libera durante o treino. Este hormônio também está ligado à felicidade e a um bom sistema imunológico.
Talvez o melhor dos benefícios com o jiu-jitsu seja aprender uma técnica que além de fazer todo esse bem, pode servir um dia para a sua autodefesa. Como usa muita técnica e pouca força, principalmente mulheres pode se beneficiar da sua prática.
É preciso concentração para praticar esta e qualquer outra arte marcial. No jiu-jitsu, como já dito, trabalha-se na defesa, é preciso estar em alerta sobre qualquer movimento do adversário e isso ajuda a desenvolver e a melhorar muito os reflexos.
Quem nunca ouviu falar dos pitboys? Um apelido dado a supostos praticantes de jiu-jitsu que saíam por aí procurando briga. Na verdade, existe gente briguenta em tudo quanto é esporte, no caso do jiu-jitsu, e das lutas em geral, que levam a fama de violentas, de práticas que disseminam o ódio etc, é uma injustiça. Muitos mestres ensinam nas artes marciais, o contrário disso tudo, ensinam o respeito ao próximo, o controle da força e das emoções, coisas que não acontecem nas aulas de musculação, por exemplo.
Além disso, as lições de luta também ensinam persistência, superação e vitória contra os próprios limites.
Em um tatame, dois lutadores competem em um sistema formado de regras, pontos e vantagens.
Para obter um ponto é necessário imobilizar o adversário por mais de 3 segundos em uma mesma posição. Já as vantagens são decididas após o término da luta por uma equipe de arbitragem. No jiu-jitsu não há empate!
A pontuação é tanto mais alta quanto maior for o domínio sobre o adversário e existem 3 tipos de pontuação de acordo com os movimentos que podem dar 2, 3 ou 4 pontos.
Para entender melhor como funciona o sistema de pontuação no jiu-jitsu, se você é competidor, vale a pena ver o vídeo abaixo:
São permitidos:
Não são permitidos:
Basicamente não são permitidos golpes traumáticos deferidos em pontos vitais nem tampouco:
Veja aqui uma imagem com as fotos e a descrição de cada golpe proibido. O documento é da CBJJ (Confederação Brasileira de Jiu-jitsu).
São muitas as técnicas (aproximadamente 180) no jiu-jitsu, divididas em técnicas traumatizantes (socos e chutes), desequilibrantes (quedas), técnicas de solo e técnicas de arremesso.
Os principais golpes no jiu-jitsu são:
Do jiu-jitsu brasileiro:
Os praticantes de artes marciais usam faixas na cintura que indicam sua graduação. Cada faixa tem uma cor e seguem uma ordem das técnicas aprendidas. No jiu-jitsu também é assim.
A origem das faixas vem do Japão, do criador do Judô, o mestre Jigoro Kano e hoje é seguida por todas as outras modalidades de luta japonesas.
No jiu-jitsu, o significado das faixas é assim:
Faixa Branca – iniciantes
Faixa Azul – pessoas que treinam já há 1 ou 2 anos e têm mais de 15 anos
Faixa Roxa – para quem treina há mais de 2 anos e tem mais de 17 anos
Faixa Marrom – para maiores de 18 anos que treinam há mais de um ano e meio
Faixa Preta – praticantes com mais de 19 anos de idade
Faixa Coral (vermelha e preta) – para mestres
Faixa Vermelha – para os grandes mestres
A luta surge no Japão e sua denominação faz referência às lutas feitas sem o uso de armas. Os guerreiros feudais japoneses precisavam saber lutar sem armas pois, em uma luta podia acontecer de se encontrarem desarmados, sem suas espadas ou lanças.
Os golpes traumáticos não são utilizados no jiu-jitsu porque os antigos guerreiros usavam armaduras e tais golpes seriam desnecessários e inúteis portanto, a luta é feita de golpes que visam as luxações, as projeções, as torções e a imobilização do adversário.
O momento histórico em que essa luta se consituiu, bem como suas influências dentro das outras lutas pré existentes, não são totalmente conhecidos.
Acredita-se que o jiu-jitsu tenha influências das artes marciais desenvolvidas na Índia, China, Mongólia, bem como dos conflitos bélicos ocorridos nesta região.
Contudo, sabe-se que no Japão feudal os samurais, que eram guerreiros, soldados, constituíam uma classe social, aristocrática e seguiam um código de honra rígido. Sabe-se que o jiu-jitsu se desenvolveu principalmente nas escolas dos samurais, esta casta guerreira do Japão cujo nome significa “aquele que serve”.
Você sabia que o Brasil tem o seu próprio jiu-jitsu? Também denominado Brazilian Jiu-Jitsu ou Gracie Jiu-jitsu esta arte marcial é nossa porque foi desenvolvida pela família carioca Gracie, no início do século XX. O jiu-jitsu brasileiro é uma das formas mais difundidas e praticadas de jiu-jitsu no mundo.
A técnica brasileira se especializou nos golpes e na luta de solo, dando menos ênfase às técnicas de luta executadas de pé.
No Brasil, os critérios para classificação dos praticantes dentro das faixas existentes variam de acordo com suas respectivas ligas, associações, federações e confederações, levando em conta as experiências e as habilidades de cada praticante.
Na “hierarquia” do jiu-jitsu brasileiro, a faixa suprema (a vermelha de décimo grau) foi dada somente aos criadores desta arte, ou seja aos mestres da família Gracie: Carlos Gracie, George Gracie, Oswaldo Gracie, Gastão Gracie, Hélio Gracie mas também à Julio Secco e Armando Wriedt.
No jiu-jítsu brasileiro luta-se com um quimono trançado, mas há modalidade sem quimono. O objetivo da luta é levar o adversário a à “finalização”, ou seja, à uma posição que, se fosse levada adiante, causaria fratura de um osso ou morte do adversário por estrangulamento/esganamento.
Se o tempo de luta estourar sem que tenha ocorrido a finalização, faz-se a contagem de pontos para se chegar ao vencedor.
Não à toa o jiu-jitsu brasileiro é amado dentro e fora do nosso país.
E para finalizar, fiquem com um vídeo emocionante da Final do Brasileiro de Jiu Jitsu 2017 – Leandro Lo x Erberth Santos.
Categorias: Esporte e Tempo Livre, Viver
ASSINE NOSSA NEWSLETTER