Faltam muitos recursos aos nossos Parques Nacionais


Em época de copa, o país gastando bilhões em estádios, os Parques Nacionais são jogados para escanteio. Falta dinheiro para a infraestrutura básica, manutenção e pagamento dos funcionários. Segundo a ONU, as visitações poderiam render 1,8 bilhão de reais em turismo para as regiões, porém só 18 dos 69 parques do pais controlam a entrada de pessoas.

Segundo um estudo, de 2008, feito pelo Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio) em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, os parques nacionais precisariam de um investimento de cerca de 189 milhões de reais em infraestrutura. Para a manutenção anual dos parques, seria necessário cerca de 49,6 milhões de reais, sem contar com as despesas com funcionários.

Rosa Trakalo, coordenadora de projetos da Fundação Museu do Homem Americano (Fumdham), que administra a Serra da Capivara, diz que não há verba para o pagamento dos salários e para manter as estruturas funcionando. A fundação, no início do ano, anunciou a demissão de quase todos os cem funcionários. Desde então eles trabalham sob aviso prévio. Se o dinheiro for liberado pelo governo federal e o estado do Piauí os funcionários terão o emprego garantido, se não, o parque onde há a maior concentração de sítios pré-históricos das Américas e Patrimônio Cultural da Humanidade ficará sem qualquer proteção. E infelizmente a situação se repete em todos os outros 68 Parques Nacionais brasileiros. A coordenadora, explica que o orçamento, em parte público, era completado com patrocínio de empresas privadas e outras instituições. Mas os recursos foram reduzidos e agora a fundação tenta firmar novas parcerias, mas enfrenta a dificuldade dada pela pouca visibilidade do parque. Segundo Rosa, a visibilidade é medida pelo número de visitantes, mas a dificuldade de acesso ao parque, que fica no interior do estado do Piauí, restringem as visitas, que não passam de 20 mil por ano.

Em parques onde houve investimentos para facilitar as condições de acesso e a região possuiu uma estrutura turística mais consolidada, o número de visitantes é maior.

Segundo, Mariana Napolitano e Ferreira, especialista em políticas públicas do WWF-Brasil, apenas 26 dos parques brasileiros estão abertos à visitação e somente 18 possuem uma infraestrutura satisfatória, com controle de fluxo de visitantes e cobrança de ingressos.

Estudos e especialistas confirmam que parte do valor para a manutenção dos parques poderia vir da receita gerada pela cobrança de ingressos, mas, para isso, os locais precisam ter uma infraestrutura básica, com centro de visitantes, banheiros, mapas, lanchonetes e trilhas sinalizadas.

“Sabemos que as Unidades de Conservação ainda não recebem recursos suficientes para arcar com todos os custos de manutenção”, diz o estudo do Funbio.

em 2013 o orçamento do ICMBio sofreu dois cortes, e ficou em torno de 516 milhões de reais. Do total, mais da metade é destinada para despesas fixas, como folha de pagamento dos servidores. Com o restante, o órgão tem que fazer mágica para pagar despesas básicas de todas as unidades de conservação do país, inclusive os parques.

Além da falta de recursos, outro grande problema é a regularização fundiária, mais da metade dos parques estão em situação irregular. “A criação destas novas unidades não foi acompanhada pelos investimentos na escala necessária a sua efetiva implantação. Nem mesmo a regularização fundiária, prioridade para implantar uma área, foi realizada em muitas unidades”, afirma a especialista do WWF-Brasil.

Mas, apesar dos problemas, especialistas reforçam que a criação dessas unidades são fundamentais para a preservação dessas regiões, pois depois de criadas oficializadas e reconhecidas já cumprem um papel importantíssimo de frear as perturbações, intervenções ou alterações no ambiente natural.

Fonte: dw.de

Fonte foto: Parque Nacional Serra da Capivara. Wikipedia.org




Redação greenMe

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