A polêmica da professora que faz dancinha no Tik Tok: entretenimento ou adoecimento? 


Atualmente, tem sido um desafio grande ser professor. Salas superlotadas, falta de respeito por parte dos alunos, dificuldades em empregar uma metodologia tradicional que não dialoga mais com as crianças de hoje, e tantas outras questões. O fato é que alguns professores inovam, muitas vezes criando aulas mais atrativas, ou apelando para o entretenimento. Nesse segundo caso, temos uma professora de Lavras (MG), que vem causando polêmica por causa de seu método de estudo nada tradicional. O nome dela é Cibelly Ferreira, ela é professora de inglês em sua própria escola de idiomas e tem 5 milhões de seguidores nas redes sociais.

A docente, que agora está caminhando para se tornar uma influenciadora digital e que disponibiliza vídeos adultos pagos em outra plataforma, apelou para uma forma antiga de chamar a atenção: fazendo dancinhas sensuais, inspiradas em conteúdo do Tik Tok, para cativar os alunos. Tem dado certo, mas a que custo?

O currículo de Cibelly Ferreira

A professora Cibelly tem um currículo muito consistente: é formada em biologia pela Universidade Federal de Lavras e já recebeu prêmios em Olimpíada de Matemática. Além disso, tem dois certificados internacionais, trabalhou com projetos de extensão em física, astronomia e reciclagem de materiais escolares. É dela a autoria de um vídeo que mostra a abordagem indígena sobre astronomia. Certamente, ela é muito mais do que uma figura do Tik Tok.

Mas o apelo para atrair a atenção de uma geração que usa o celular como uma extensão do corpo acabou levando a docente para o fantástico mundo das mulheres falsamente empoderadas, seduzidas pelo feminismo liberal.

Nessa vertente, os corpos femininos ainda servem para consumo da mesma forma que há séculos, mas com nova roupagem. Elas se sentem donas de si mesmas, na ilusão de que a “rebolada” é toda delas, quando o apelo é para ELES, sempre. Para que ELES a notem, paguem por ela, usem a imagem – que é dela – para o entretenimento, que é DELES. São os homens que continuam ganhando com isso.

Um tiro no pé do feminismo e da educação

Alguns podem até dizer que ela está ganhando bastante dinheiro com essa polêmica. Provavelmente, é verdade. Porém os ganhos são dela, pessoais. O machismo, como um todo, segue ganhando muito mais, estruturalmente.

Embora ela dê aulas para adolescentes, ainda assim ali estão crianças. E embora alguns digam que a sexualização infantil sempre foi uma realidade, há de se lutar contra isso.

Se a escola precisa de imersão em uma ferramenta que destrói a saúde emocional das pessoas, as redes sociais; a estrutura certamente precisa mudar, mas não rebolando.

Muitos docentes mudam a vida de seus alunos, de fato, com sua dedicação, sua excelência e sua empatia. O conteúdo é a essência do aprendizado, a forma, não.

Não há que reinventar a roda para ter aulas melhores, a geração de hoje não é de Tik Tok, ela continua sendo de crianças. E crianças são parecidas em suas necessidades.

Certamente, a professora Cibelly tem muitos fãs, basta ver o número de seguidores dela. Mas o rebolado dela, que certamente atrai os alunos, especialmente os meninos, é um tiro no pé do feminismo e da educação.

Fontes:

  1. G1
  2. Mundo Bizarro/Jr

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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