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Crianças que sofrem abusos emocionais e negligências enfrentam problemas emocionais similares ou até piores que as relatadas por crianças que passaram por abusos sexuais. Entretanto, o abuso psicológico infantil é raramente relatado em programas de prevenção e de tratamento das vítimas. É o que revela um estudo publicado pela APA – American Psychological Association.
O estudo levou em consideração 5.616 casos de crianças que tinham, em seu histórico, eventos de um ou mais entre os seguintes tipos de abuso: psicológico – abuso emocional ou negligência – e físico ou sexual.
A maioria – 62% – apresentou histórico de maus-tratos psicológicos, e quase ¼ – 24% – sofreu exclusivamente esse tipo de abuso, que compreendeu situações de coerção, bullying, terrorismo emocional, insultos recorrentes, ameaças, demandas ostensivas, ou até isolamento.
Crianças que foram abusadas emocionalmente, sofrem de ansiedade, depressão, baixa autoestima, sintomas de estresse pós-traumático e até tendências suicidas, em mesmo nível, ou até mesmo em patamares superiores aos de crianças que sofreram abuso sexual.
O abuso emocional é tão devastador, que, apenas a combinação entre abuso sexual e físico somados é capaz de apresentar quadros emocionais semelhantes aos de crianças que se enquadram nos primeiros casos.
Outras consequências dos abusos emocionais são: problemas de comportamento na escola, problemas de relacionamento e situações de autoflagelo.
Por ano são quase 3 milhões de crianças nos EUA sofrendo algum tipo de maus-tratos. Segundo U.S. Children’s Bureauisso, as ações partem principalmente dos pais, parentes ou outro responsável adulto.
A composição dos resultados da pesquisa foi a seguinte: 42% de meninos, sendo 38% brancos; 21% afro-americanos; 30% hispânicos; 7% outros e 4% desconhecidos. Os dados foram coletados no período entre 2004 e 2010.
Em geral, o que especialistas apontam é que o processo de abuso psicológico é realmente complexo mas com alguns componentes que podem indicá-lo: excesso de exigência dos pais, constante censura à criança, xingamentos, rejeição, depreciação, uso de palavras que ferem mais que um castigo físico. Consequentemente, a psique do indivíduo fica marcada e, não raramente, na fase adulta, passa-se a apresentar características como perfeccionismo, rigidez e excesso de controle.
Ontem foi o dia das crianças e temos que nos lembrar todos os dias que as crianças são o nosso futuro. Cuidemos delas! Mais amor, por favor!
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Fonte foto: publicdomainpictures.net
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