Metaverso para crianças: alerta máximo para os perigos da nova internet  


Há alguns meses uma palavra começou a aparecer muito em matérias jornalísticas e em rodas de conversas: o metaverso.

Definido como um conjunto de mundos virtuais, o metaverso funciona como uma espécie de realidade paralela que permite que as pessoas tenham experiências por meio da imersão.

A ideia é que, através da tecnologia, seja possível vivenciar emoções como se fossem reais. O conceito não é novo, mas somente agora vem ocupando mais espaço, especialmente após a decisão do Facebook de mudar o nome para Meta e investir nesse formato.

Um dos exemplos de metaverso é o Fornite, um jogo criado pela Epic Games, que possibilita que o jogador experiencie diversas formas de mundo, enfrentando monstros, criando ilhas, jogando com amigos, entre outras inúmeras possibilidades.

Agora a empresa por trás do Fornite formalizou uma nova parceria, dessa vez com a gigante de brinquedos, Lego, para criar um metaverso específico para as crianças.

Com isso, as crianças poderão, através da inteligência artificial e recursos de realidade aumentada e virtual, interagir em ambientes fictícios, sem que para isso precisem passar pela vida presencial. Um pouco preocupante, não?

O que será o metaverso para crianças?

O objetivo do metaverso voltado para o público infantil, segundo os idealizadores, é que as crianças tenham um espaço para se divertir, desenvolver habilidades, como criatividade, colaboração e comunicação por meio dessas experiências digitais.

No entanto, especialistas estão cada vez mais preocupados com a segurança dos usuários nesses ambientes imersivos.

No caso de um metaverso específico para crianças, o maior receio é que ele seja um terreno fértil para que bots, deep-fakes e pedófilos tenham acesso ao público infantil de um modo muito fácil e rápido, já que o metaverso poderia abrir um caminho, por exemplo, para levar as crianças para bate-papos online e mesmo para o mundo real.

Vale lembrar que já houve um caso no VRChat, uma plataforma online onde usuários podem explorar o ambiente virtual com avatares 3D, de uma jornalista que fingiu ser uma adolescente de 13 anos e tornou-se vítima de aliciamento, insultos, material sexual e ameaças de estupro.

Além disso, é preocupante retirar as pessoas do ambiente que fez a humanidade evoluir tanto até agora, que é o das relações humanas do mundo real. A adesão às redes, os vícios em smartphones e os riscos que o ambiente digital traz já são um problema grande na sociedade atual. Ampliar esse universo, incluindo uma camada de “realidade paralela” a ele pode piorar ainda mais as coisas, ainda mais quando o público-alvo são crianças, que estão em processo de formação de caráter e de toda construção social.

De todo modo, o CEO da Lego, Christiansen, afirmou que a segurança do público infantil será uma prioridade deles.

“Assim como protegemos os direitos das crianças ao brincar físico seguro por gerações, estamos comprometidos em fazer o mesmo com o brincar digital”, disse.

Por ora, o metaverso ainda é muito mais um projeto do que uma realidade, especialmente porque as tecnologias necessárias são caras e a internet para essas imersões precisa ser ultrarrápida, o que está longe de ser o comum na maioria dos países.

Mas o fato de ser considerado o futuro da internet, e de investidores estarem interessados em explorar essa possibilidade também para o público infantil é preocupante.

Queremos manter o pouco que resta de humanidade aos nossos filhos.

Qual a opinião de vocês sobre isso?

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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