Comida para bebês cheia de metais pesados. O que fazer?


Nos Estados Unidos, um relatório do Subcomitê de Política Econômica e do Consumidor, mostrou que alimentos para bebês estão cheios de metais pesados como arsênico, chumbo, cádmio e mercúrio, entre outros.

As toxinas foram encontradas em várias marcas de fabricantes, quando não existe nenhum nível de metais pesados ​​tóxicos seguro para bebês e crianças pequenas.

Algumas empresas de destaque nas conclusões do relatório foram citadas. Entre estas, a Gerber, a Plum Organics e a Beech-Nut.

Principalmente alimentos feitos com arroz, como cereais matinais infantis, continham arsênico inorgânico acima do limite permitido pela Food and Drug Administration dos EUA, como informou a USNews.

Enquanto algumas empresas responderam que seguem rígidas normas de controle dos alimentos, outras, como a Bech-Nut, decidiu retirar seus produtos das prateleiras dos supermercados e parar de vender produtos de arroz infantil porque “preocupada em obter consistentemente farinha de arroz bem abaixo do nível de orientação do FDA”.

O arroz é de fato um alimento que vira e mexe dá problema com arsênico, inclusive no Brasil.

Metais pesados e a saúde dos bebês

Segundo a American Academy of Pediatrics a exposição a metais pesados de qualquer fonte deve ser minimizada em crianças pequenas pois pode ser prejudicial ao cérebro em desenvolvimento, tendo sido relacionada a problemas de aprendizagem, cognição e comportamento.

Embora os metais pesados sejam encontrados naturalmente na natureza, eles também são liberados no ambiente através do uso de agrotóxicos e outros contaminantes que poluem a água e o solo usados ​​para o cultivo dos alimentos. Eles também podem entrar nos alimentos através das embalagens.

Como reduzir a exposição das crianças aos metais pesados?

É importante que os órgãos responsáveis fiscalizem os produtos antes de serem aprovados e comercializados. Mas os pais podem tomar algumas medidas para reduzir o risco das crianças serem expostas a metais tóxicos através da alimentação e de outras fontes.

Por exemplo:

  • Variar o cardápio, pois comer uma dieta variada e balanceada, que inclua diferentes tipos  de frutas, vegetais, grãos e proteínas diminui a exposição a metais tóxicos e outros contaminantes.
  • Lavar bem os alimentos antes de preparar e servir.
  • Leia os rótulos e prefira os alimentos infantis que contenham maior variedade de ingredientes possível.
  • Evite exagerar no consumo de arroz porque o arroz tende a absorver mais arsênico das águas subterrâneas do que outras culturas. Varie o arroz com outros cereais como aveia, cevada, quinoa, etc.
  • Quando for cozinhar arroz, lave-o muito bem antes de cozinhar. Cozinhe em água abundante e escorra o excesso quando estiver pronto (como se faz com o macarrão).
  • Amamente o bebê o quanto possível pois a amamentação também ajuda a reduzir a exposição a metais tóxicos.
  • Evite suco de frutas industrializados mesmo que orgânicos, naturais, etc. Prefira dar frutas inteiras fatiadas, raspadas ou em purê.
  • Cuidado com peixes, muitos contêm uma forma de mercúrio chamada metilmercúrio e outros metais. Os piores são os peixes grandes e predadores que comem outros peixes, vivem mais e acumulam metais porque estão no fim da cadeia alimentar.
  • Prefira dar papinha caseira e reduza a contaminação pela embalagem.
  • Exposição por chumbo é muito comum. Cuidado com tintas, cosméticos e especiarias como açafrão. Veja mais informações sobre intoxicação por chumbo AQUI.
  • Não fume ou vaporize. Cigarro normal ou eletrônico contém metais pesados como cádmio e chumbo.

Alimentos orgânicos para bebês são melhores?

Em teoria deveriam, porque contêm menos agrotóxico e outros produtos químicos. Mas, como os metais pesados muitas vezes estão no próprio solo e na água, podendo entrar nos alimentos através do cultivo.

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Lara Meneguelli


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