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É senso comum e científico, claro, sobre a importância de uma gestante tranquila para o bem-estar da mulher e do bebê. Mas será que o antes mesmo de o bebê vir ao mundo aquele que foi um feto já não anotou várias linhas no caderno da vida e sabe muito mais do que imaginamos?
Existe um psiquismo fetal? Será possível fazer uma retrospectiva sensorial sobre o que um feto passou, sentiu, viveu?
O termo psicologia pré-natal é uma área de estudo que vem ganhando espaço graças a novas tecnologias capazes de descobrir que dentro da barriga da mãe o bebê consegue conhecer alguns aspectos ambientais que ficam armazenados em um tipo especial de memória: a memória corporal.
O que a ciência sabe, até o momento, é que o amadurecimento do bebê durante a gestação ocorre em três estágios, segundo informa a EBC:
Durante a fase gestacional, é preciso que a mãe cuide da alimentação, não use drogas (incluindo álcool e fumo), não seja exposta à radiação e, também, não sofra de adoecimento psíquico. A rede de apoio emocional é fundamental para que a mãe tenha condições de oferecer uma boa vida à criança dentro de sua barriga.
As vivências da mulher durante a gravidez são tão essenciais quanto os seus comportamentos salutares. A psicanalista Joanna Wilheim afirma que, antes de nascer, o bebê já tem uma vida afetiva e é capaz de sentir o que a mãe sente através de sinais fisiológicos transmitidos pela placenta, tais como: aumento da frequência cardíaca, movimentação corporal e liberação de hormônios específicos.
O período da gestação marca o indivíduo para sempre: o seu jeito de ser, os seus medos, o seu humor, o seu temperamento – obviamente, não é a única causa determinante de quem seremos.
O psicólogo francês Jean-Pierre Lecanuet, um dos maiores especialistas mundiais nos sentidos do feto, contou à SuperInteressante que
“muitas das coisas que estamos descobrindo agora são uma simples confirmação daquilo que alguns pais sempre souberam”.
Isso significa que os bebês precisam sentir-se acolhidos já dentro da barriga da mãe, sobretudo, no último trimestre gestacional, quando eles captam o que acontece do lado de fora.
Através de modernos aparelhos de ultrassom, descobriu-se que os bebês, a partir dos seis meses de gestação, sorriem e demonstram claramente aversão, além de sonharem.
É justamente no fim da gestação que ocorre a maior quantidade de sinapses cerebrais no bebê, sendo uma etapa fundamental para a inteligência do ser que irá nascer.
Um bebê não é, portanto, uma folha em branco. O livro da sua vida já começou a ser escrito quando ele ainda estava dentro do útero materno.
A pesquisa da médica e psicanalista italiana Alessandra Piontelli constatou que alguns comportamentos registrados durante a gestação eram replicados após o nascimento, segundo a Revista Medicina Integrativa.
É durante o período da gestação que mais nos desenvolvemos na vida! Essas experiências primárias serão a base de nossas emoções, sentimentos, crenças e juízos que vão moldar a nossa percepção de mundo. As experiências intrauterinas estabelecem certos padrões que podem ser reforçados ou atenuados, depois, na infância.
A memória do corpo tem um papel crucial para o indivíduo. Se as nossas células têm memória, quiçá um feto. A psicologia pré e perinatal é a área do conhecimento que estuda, entre outros temas, o trauma intrauterino e possíveis formas de tratá-lo.
Muitos traumas acontecem na fase perinatal, colocando, inclusive, a vida do feto em risco, como uma tentativa de aborto ou o cordão umbilical ficar enrolado em alguma parte do corpo, nutrindo e ameaçando ao mesmo tempo a sua vida, ou a morte de um irmão gêmeo.
Vários são os sintomas que pessoas que viveram a experiência de um trauma fetal podem desenvolver como:
Existem dois momentos determinantes para a saúde vital do bebê: a descoberta da gravidez pelos progenitores, sobretudo pela mãe, e o nascimento.
Uma rejeição inicial pela mãe ou durante toda a gestação pode marcar a pessoa com o sentimento de carência, acarretando problemas graves de relacionamento.
O parto também é responsável por desenvolver questões somáticas importantes, caso o processo ocorra com complicações.
A psicologia pré e perinatal trabalha com processos terapêuticos que visam recuperar os acontecimentos intrauterinos.
O profissional acessa memórias desse período para que o paciente tome consciência delas através de técnicas como regressão, hipnose, toques, gestos, posturas, entre outras.
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Categorias: Crianças
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