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Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Praticamente todo mundo já ouviu falar desse distúrbio. E existe uma grande polêmica por trás de tudo isso.
Há que diga que existe um excesso de medicalização na infância e casos demais de TDAH. Há ainda quem garanta que esta é uma doença fictícia, produzida para impulsionar a venda de remédios que, em tese, as crianças não precisariam.
Porém, o que é verdade e o que é fake news nessa história?
A primeira descrição técnica do TDAH data de 1775, graças a um artigo do médico alemão Melchior Adam Weikard.
De lá para cá os estudos da neurociência avançaram muito, porém ainda existe uma limitação no diagnóstico de muitos transtornos mentais, e grande parte deles é feito clinicamente.
Ainda são poucos os exames para doenças envolvendo o cérebro. E talvez seja aí que nasça a desconfiança que muitos têm sobre o Transtorno de Déficit de Atenção.
O TDAH é um transtorno psiquiátrico que provoca um quadro de dificuldade de concentração, de seguir instruções, organizar tarefas, problemas de aprendizado e inquietação motora. Ele afeta de 5 a 7% das pessoas no mundo todo. É um dos transtornos mais estudados nesse ramo de neurociência e possui uma terapêutica medicamentosa eficaz.
Geralmente aparece na infância e pode persistir até a vida adulta em até 50% dos casos. Quem possui esse transtorno pode enfrentar uma série de problemas, como agressividade, dificuldades na escola, depressão, ansiedade, entre outros.
O tratamento do TDAH envolve uma abordagem multidisciplinar, com terapia comportamental e cognitivo comportamental e administração de remédios, em alguns casos.
O fármaco mais utilizado, nesses casos, é a popular ritalina, que funciona regulando os neurotransmissores que controlam funções, como atenção, planejamento e memória de trabalho, regiões que são afetadas nos casos de TDAH.
Muitos especialistas garantem que as drogas que tratam o transtorno são eficazes e seguras, com índices que chegam a até 80% no sucesso desse tipo de tratamento.
Mas há quem garanta, inclusive com estudos, de que tudo não passe de invenção de doença para vender remédio.
Embora alguns questionem a existência do TDAH, a doença está registrada no Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e referência nos diagnósticos de saúde mental. Aparece também na classificação internacional de doenças.
Já existem estudos, como os de Philip Shaw, que mostram, através de exames de ressonância magnética, diferenças na espessura e desenvolvimento cerebral das pessoas com o transtorno.
Mas nem tudo pode, de fato, ser o que parece.
A agitação infantil é algo que pode ser somente isso mesmo: uma agitação típica da infância, assim como a falta de concentração pode ser somente um mau moderno, principalmente nos casos da geração que vive conectada o dia todo, onde tudo é imediato e há excesso de estímulos.
Porém existem inúmeros especialistas sérios que atuam na área e somente eles são capazes de fazer o diagnóstico correto.
Assim como a falta de diagnóstico pode ser prejudicial, o tratamento errôneo é igualmente ruim. Não há como negar que existe um Transtorno de Déficit de Atenção, assim como a importância de um tratamento que englobe, não apenas ou somente medicação, mas uma terapêutica multidisciplinar que ajude as pessoas com TDAH a ter uma melhor qualidade de vida.
É importante respeitar as pessoas que têm o diagnóstico dessa doença, pois – dada a enorme polêmica que existe sobre o transtorno -, muitas delas são estigmatizadas.
É essencial que a discussão sobre o excesso de medicação seja realizada, pois existem vários especialistas que concordam que alguns casos talvez estejam sendo diagnosticados erroneamente.
Além disso, deve-se evitar acreditar em tudo que lê, pois existem muitos mitos e fake news sobre o tema.
Muitos foram os pesquisadores que se debruçaram sobre o assunto e o trabalho deles foi – e é relevante para ajudar as pessoas que sofrem com o transtorno.
É difícil encontrar profissionais, de qualquer tipo, que realmente sejam sérios e comprometidos com o trabalho que fazem. E quando falamos de profissionais de saúde então… todo cuidado é pouco.
Desconfie de profissionais que mal atendem o paciente, mal olham para ele, se apressam no diagnóstico e logo receitam medicamentos.
É natural ter receio de tomar remédios que agem no funcionamento cerebral, principalmente se estivermos falando de crianças e adolescentes, porque estão em desenvolvimento. Mas também pode ser contraproducente ignorar a possibilidade de haver sim, algum distúrbio, que impede o cérebro de funcionar de maneira adequada.
Deve-se dizer também que hoje em dia, com o avanço da medicina, existem drogas seguras capazes de melhorar o desempenho cerebral, medicamentos que até salvaram pessoas da depressão, por exemplo.
Entre a verdade e a fake news existem nuances que somente cada caso pode contar. Por um lado não podemos dizer que tudo é um complô da indústria farmacêutica que cria doença para vender remédio. Por outro lado devemos aceitar que a ciência, a medicina, as vacinas por exemplo, foram e estão sendo progressos a favor do homem.
Claro que todo critério é preciso antes de diagnosticar e medicar, buscando a melhor solução para cada caso em particular. Afinal, cada cabeça é um mundo. Cada cérebro é um universo.
Para finalizar, deixamos esse vídeo do psicanalista Christian Dunker que, em seu quadro “Falando nIsso” apresenta novos olhares sobre o TDAH e a Psicanálise.
Interessante! Assistam!
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Categorias: Crianças
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