O silêncio no método Montessori. Crianças quietas e felizes


Dá para imaginar uma silenciosa classe de crianças de 3 a 6 anos de idade? Pois em uma escola Montessori isso não somente é possível, como é comum!

O silêncio é estimulante para o desenvolvimento infantil e as crianças conseguem ficar quietas com maestria. Elas inclusive são felizes assim.

A genial Maria Montessori realmente é uma daquelas mulheres que fizeram história e serão eternas. Ela mudou o mundo.

Se hoje temos mesinhas e cadeirinhas por respeito à construção de um mundo adapto às necessidades infantis, o mérito é dela.

Com o seu lema “me ajude a fazer sozinho” Montessori desenvolveu um método pedagógico no qual as crianças ganham autonomia, autoestima, crescendo mais fortes e felizes. Hoje o método Montessori é conhecido, respeitado e admirado no mundo todo.

E o silêncio foi uma das ferramentas usadas pela doutora, para que as crianças tivessem um desenvolvimento saudável, humano e feliz. Doutora porque Maria Montessori foi além de pedagoga, também médica neuropsiquiatra.

Como assim, crianças em silêncio podem ser felizes?

Simplesmente, o silêncio tem um efeito incrível sobre o desenvolvimento infantil. Esse grande mestre ausente em nossa sociedade rumorosa, pode ensinar muita coisa a nós, adultos, mas sobretudo às crianças.

Veja alguns exemplos.

Estímulo silencioso. Os benefícios do silêncio às crianças

O silêncio ajuda a criança a desenvolver a audição.

Assim, a criança percebe melhor os sons e ruídos externos, os do ambiente, e os produzidos por ela mesma (e as crianças adoram descobrir isso).

Com essa percepção, a criança adquire melhor consciência de si e do próprio corpo.

O silêncio ajuda a criança a controlar o equilíbrio e a ter domínio dos movimentos pois, para ser silencioso, é preciso dominar o próprio corpo para não fazer barulho.

O silencio ensina à criança a grande lição da autodisciplina.

O silêncio ajuda a criança a estar bem consigo mesma e com os outros.

Ensina o exercício da escuta, mas ensina inclusive o prazer de escutar, pois somos mais propensos em sentir prazer ao falar.

O silêncio também ensina a ouvir antes de falar.

Desse modo, o silêncio ensina empatia às crianças.

Concentração, reflexão e compreensão, são muito mais fáceis de se conseguir através do silêncio.

O silêncio ensina sobretudo o respeito ao outro, ao espaço do outro, a não disturbar o outro.

Ademais, o silêncio ensina a ouvir a natureza, a sentir a sua presença, mesmo nas grandes cidades. E as crianças também amam descobrir isso.

Como conseguir fazer com que as crianças façam silêncio

Pode parecer mentira, mas não é difícil fazer com que as crianças fiquem quietas. Considere  a descoberta de Maria Montessori que, através de sua experiência e observação sobre o comportamento infantil, descobriu que as crianças adoram o silêncio, ficam encantadas com ele e trabalharam com muita atenção para alcançarem esse estado, de acordo com o livro La scoperta del bambino (A descoberta da criança) de Maria Montessori.

Se se para conseguir o silêncio das crianças te vier em mente o clássico “jogo do silêncio”, esqueça!

Isso porque, o jogo do silêncio, se baseia em castigar aquele que romper com a regra imposta de não pronunciar uma palavra.

Com esta brincadeira não se obtém um silêncio “ativo”, desejado, fruto de um forte exercício de autocontrole, como ensina o blog italiano Aiutami a fare da me, dedicado ao método Montessori. Mas sim, um silêncio imposto, que dura pouco e não tem nem valor nem eficácia.

Diz Maria Montessori que:

“Uma ordem jamais poderia ter produzido a conquista maravilhosa de vontades unidas para inibir todo ato, naquela fase da vida em que o movimento parece a característica irresistível e contínua da idade. […] É preciso ensinar às crianças o silêncio”.

Um mundo melhor seria possível se tivéssemos mais consideração por Maria Montessori, e educássemos nossas crianças para um futuro mais humano.

Se você, como nós, adora a Maria Montessori, veja outros artigos sobre o seu método, clicando nos links abaixo.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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