Como aliviar a tosse do bebê, de acordo com a ciência


Um dos sintomas que mais levam os pais ao pediatra é a tosse constante dos seus filhos, principalmente dos bebês e crianças pequenas. Um problema incômodo, comum e que conta com um aparato de medicamentos que “prometem” acabar com a tosse. Mas será que esse aparato funciona?

Será mesmo que a melhor forma de tratar a tosse é usando medicamentos? Será que precisa mesmo tratar a tosse?

Saiba abaixo o que realmente funciona, e o que é melhor deixar de lado, de acordo com a ciência.

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O que causa a tosse

A tosse pode ser causada por uma série de doenças, mas em crianças o mais comum é que se trate de infecções virais, como gripe e resfriado.

A alergia também é uma possível causa por trás do sintoma. Além disso, o refluxo pode provocar tosse, e também doenças como a laringite, bronquiolite e asma. Caso a criança tenha aspirado algum objeto, a tosse pode aparecer.

Vale lembrar que a tosse é um sintoma, não uma doença. Ela é uma tentativa do organismo de expulsar o agente nocivo, por isso o mais recomendado é sempre tratar a causa, o que está por trás da tosse. Isso quando necessário.

Quando o quadro é de uma infecção viral simples, como um resfriado, o recomendado é esperar a doença passar, o que costuma acontecer entre 5 e 7 dias.

O uso de xaropes

Embora comuns, o uso de xaropes para tosse é contraindicado pelos especialistas. Além de não serem efetivos, podem causar efeito contrário, piorando o quadro e, muitas vezes, causando danos maiores à saúde.

Não existe ainda medicação eficaz para tratar a tosse. Segundo revisão publicada pela Colaboração Cochrane, em 2014, não há base científica que justifique uso de medicamentos como xaropes para tratar a tosse.

O que funciona

Existem medidas que podem aliviar a tosse, que funcionam melhor do que investir em medicação. São elas:

  • Hidratação – Ofereça muito líquido para a criança, pois isso ajuda a aliviar a tosse, já que a água ajuda a hidratar as vias respiratórias, além de auxiliar o organismo a se recuperar mais rápido;
  • Use soro fisiológico – Acostume-se a pingar algumas gotas de soro fisiológico nas narinas da criança. Esse hábito melhora os quadros infecciosos e funciona também de modo preventivo. Basta lembrar que o nariz possui uma estrutura que ajuda a limpar as impurezas. Quando o muco está muito seco, esse processo não funciona corretamente, facilitando a entrada de agentes nocivos;
  • Faça inalação – A inalação funciona de modo similar ao uso de soro fisiológico no nariz, pois ajuda a hidratar as vias respiratórias;
  • Cuidado com o abuso no uso de umidificadores – Embora quando usados com moderação possam ser úteis, quando em excesso causam efeito contrário, pois um ambiente extremamente úmido favorece o aparecimento de mofo, o que piora os quadros infecciosos e alérgicos;
  • Mel e néctar de agave podem ajudar – Crianças maiores de 1 ano podem tomar mel para alívio da tosse. Uma revisão de estudos mostrou que crianças que receberam mel tiveram leve melhora, em comparação àquelas que não tomaram. O Néctar de agave também é uma opção. Levantamento feito pela Universidade da Pensilvânia, nos EUA, mostrou leve melhora nas crianças que tomaram o néctar, embora o uso de placebo (substância inerte usada nas pesquisas para avaliar o efeito psicológico no uso dos remédios) tenha tido o mesmo efeito;
  • Capriche na higiene – Lave as mãos regularmente, principalmente antes das refeições, antes e depois de ir ao banheiro, e ao chegar da rua. Ensine para a criança a importância desse hábito;
  • Mantenha a vacinação em dia – Siga rigorosamente a carteira de vacinação. A vacina é uma das formas mais efetivas de prevenir uma série de doenças;
  • Evite aglomerações – Principalmente quando as temperaturas estão mais baixas, época que torna mais propícia a transmissão de doenças infectocontagiosas;

Quando se preocupar

Caso a criança apresente febre alta e persistente, pele azulada ao redor da boca e dificuldade de respirar, é importante que os pais procurem um atendimento médico de urgência, pois pode se tratar de um quadro mais grave.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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