Como a indústria do tabaco conseguiu viciar o público infantil em bebidas açucaradas


A indústria de tabaco é uma das mais restritas, no entanto, ela encontrou brechas para usar técnicas de marketing para vender bebidas açucaradas para crianças. É o que aponta um relatório da Universidade de Califórnia, São Francisco (EUA), publicado no último dia 15 de março, que foi divulgado como matéria no Jornal New York Times.

Esse material faz parte do acervo Truth Tobacco Industry Documents, desenvolvido para cumprir um acordo entre empresas de tabaco e o sistema judiciário para minimizar os danos decorrentes dos processos que eles vinham recebendo.

Marcas conhecidas da indústria de tabaco, como Philip Morris e R.J. Reynolds adquiriram empresas de bebidas, como ang, Kool-Aid, Capri Sun, e, usando técnicas de vendas já utilizadas com sucesso, conseguiram, literalmente, “viciar” o público infantil nessas bebidas.

A ideia era vender sabores e cores artificiais e usar conhecimentos de marketing para tornar os produtos atrativos. Na época, haviam testes feitos com crianças para criação de novos sabores, uso de personagens infantis, brinquedos e muita publicidade. A criação de mascotes e patrocínio a fabricantes de brinquedos, parques temáticos e revistas, por exemplo, foram algumas das técnicas usadas. Apesar da Philip Morris e R.J Reynolds não serem mais proprietárias dessas marcas de bebidas infantis, a tática publicitária persiste até hoje.

Isso é danoso, pois ajuda a incentivar o consumo alto de açúcar, e de produtos artificiais, promovendo ainda mais doenças, como a obesidade, principalmente, na população infantil.

Segundo um estudo publicado na revista médica The Lancet, nos últimos 40 anos, o número de crianças e adolescentes obesos aumentou dez vezes. Esse dado ajuda a explicar por que a obesidade é um dos problemas de saúde pública do mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

As informações são do IDEC – Instituo Brasileiro de Defesa do Consumidor – e nos mostram o quanto é importante estar atento às técnicas de publicidade que enganam até o consumidor mais atento.

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Daia Florios

Cursou Ecologia na UNESP, formou-se em Direito pela UNIMEP. Estudante de Psicanálise. Fundadora e redatora-chefe de greenMe.


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