Terror noturno em crianças – Como identificar e tratar esse problema


De repente, a criança acorda gritando, assustada, chorando inconsolavelmente. Embora pareça um episódio de pesadelo, os pais ficam sem saber o que fazer pois quem vê a cena garante: é assustador.

O nome disso é terror noturno, e é mais comum do que parece. Embora apavore quem vê, não costuma ser grave e desaparece, espontaneamente, conforme a criança cresce. No entanto, adultos podem sofrer com o problema também, principalmente aqueles que apresentam depressão ou ansiedade. Abaixo confira o que é o terror noturno, como diferenciá-lo de um pesadelo e o que fazer quando acontece.

O que é o terror noturno?

O terror noturno é um distúrbio de sono, que ocorre, mais comumente, em crianças pequenas. Estima-se que entre 10 e 15% delas tenham 1 episódio de terror noturno por ano, entre os 3 e 8 anos.

No terror noturno, a pessoa acometida acorda gritando, chorando, pode abrir os olhos e ser agressiva, tentando, inclusive, fugir do local. Geralmente, são episódios curtos, que duram até 5 minutos, mas pode persistir por até 10, a depender do caso.

Por que o terror noturno acontece?

Não se sabe muito bem ainda por que o terror noturno acontece. Mas a causa mais aceita é que ele seja consequência de uma imaturidade do Sistema Nervoso Central, que não consegue fazer a transição correta entre o sono e o despertar, o que geraria uma espécie de “pane”. No entanto, alguns fatores podem desencadear o terror noturno, tais como:

  • Privação do sono ou situações estressantes – Sabe-se que o excesso de cansaço e o estresse têm uma influência importante nos episódios de terror noturno
  • Histórico familiar – Crianças que têm pais que apresentam problemas de sono, como sonambulismo, têm mais predisposição para sofrer com o distúrbio
  • Mudanças na rotina – Dormir em lugares desconhecidos, por exemplo, pode ser bem estressante para as crianças, o que pode servir como gatilho das crises. Aquelas que não têm uma rotina consistente podem ser mais suscetíveis a ter o problema
  • Doenças, como apneia e Síndrome das Pernas Inquietas
  • Uso de alguns medicamentos
  • Dores de cabeça, como enxaqueca
  • Excesso de luzes ou barulho

Como diferenciar o terror noturno de um pesadelo?

Embora existam semelhanças entre os dois, é importante lembrar que o terror noturno acontece nas primeiras horas do sono, quando a criança nem atingiu as fases do sono ainda; enquanto o pesadelo ocorre no final do sono, na fase chamada REM, quando os sonhos ocorrem.

O terror noturno acontece, geralmente, entre 15 minutos e 2 horas depois que a criança foi dormir. Depois do episódio, ela não lembra de nada, ao contrário do pesadelo. No terror noturno, não há o que fazer para consolar a pessoa que sofre a crise, enquanto no pesadelo, a criança consegue ser acalmada.

O que fazer quando o terror noturno ocorre

Como trata-se de algo que tende a desaparecer com o tempo, o terror noturno não exige tratamento, na maioria dos casos. Mas algumas medidas podem ajudar a enfrentar o problema:

  • Evite deixar objetos cortantes, isole portas e tome todas as medidas necessárias para que a criança não se machuque durante um episódio de terror noturno
  • Quando acontecer, fique perto dela, garanta que ela não se machuque, mas evite segurá-la, pois isso pode prolongar a crise
  • Evite deixar a criança em situações estressantes e mantenha uma rotina consistente, principalmente no que diz respeito ao sono
  • Se a causa estiver relacionada a alguma doença, como apneia, é importante tratar a enfermidade
  • Acostume-se a manter um diário do sono, registrando o que houve no dia que a criança apresentou terror noturno, quanto tempo durou, etc
  • Você pode também tentar despertar a criança pouco antes do momento em que, geralmente, ela apresenta o terror noturno, e depois coloca-la para dormir de novo
  • Procure ajuda médica, se a condição persistir, se a criança não quiser mais dormir, se machucar frequentemente ou se os episódios de terror noturno estiverem comprometendo a qualidade de vida da família.

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Cintia Ferreira

Paulistana formada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro, tem o blog Mamãe me Cria e escreve para greenMe desde 2017.


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