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Quando vamos comprar um brinquedo para uma criança, é muito importante nos informarmos sobre o quesito segurança. A mesma lógica vale para quando levamos uma criança a um parquinho ou parque de diversões. Há brinquedos que não são adequados para algumas faixas etárias ou simplesmente não atendem aos itens básicos de seguridade.
Acidentes envolvendo crianças são mais comuns do que imaginamos. No Reino Unido, a morte de uma criança de 3 anos em um pula-pula inflável gerou um grande debate no país sobre a urgência de regulamentação de brinquedos desse tipo. De acordo com uma matéria da BBC, a criança estava brincando quando o brinquedo “explodiu”, arremessando-a pelos ares.
Não foi a primeira vez que a morte de uma criança aconteceu no país. Em 2016, um pula-pula inflável instalado em um parque na Inglaterra foi levado por um vento forte, fazendo com que uma menina viesse a falecer. Por causa de acidentes trágicos como esses, vários grupos estão exigindo regras que garantam a segurança no uso desses brinquedos.
No Brasil, a situação também não é diferente: os brinquedos infláveis são populares, estão em parques e festas infantis de todo o país, mas não são regulamentados.
É preciso ter muito cuidado para que a diversão não acabe em complicações hospitalares.
No início deste ano, em Belo Horizonte, uma criança de 10 anos ficou gravemente ferida brincando em um brinquedo inflável, ao ser arremessada por uma rajada de vento.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o órgão que emite normas técnicas sobre os mais diversos produtos. Mas para os brinquedos infláveis, embora exista uma nota técnica desde 2010, ela não é obrigatória. Isso significa que os parque e donos desses equipamentos a seguem se quiser.
É preciso observar vários itens para que os brinquedos infláveis sejam considerados seguros. A norma técnica determina, por exemplo, que os brinquedos devem ser “ancorados por no mínimo quatro estacas e que cada uma deve suportar 1.600 newtons (163 quilos aproximadamente)”.
Lincoln da Silva, proprietário da Ritmo de Festas, empresa de aluguel de brinquedos em São Paulo, explica que o brinquedo inflável precisa ter uma saída adequada de ar, caso contrário ele pode estourar, como ocorreu no Reino Unido.
Outros cuidados previstos pela ABNT para os brinquedos infláveis são:
– Montar o brinquedo em locais planos e ancorá-lo em quatro estacas;
– Utilizar o pula-pula sempre na presença de monitores;
– Observar a capacidade máxima de usuários e não ultrapassá-la, sendo que o ideal é que uma criança pule por vez no brinquedo;
– Só utilizar o brinquedo se a velocidade máxima do vento prevista para o dia não ultrapassar 36 km/h;
– Exigir a retirada de calçados, óculos e objetos afiados que estejam na posse dos usuários.
Na hora da brincadeira, pode ocorrer de as crianças se esbarrarem com alguma força, levando-as a se machucarem.
O presidente da Sociedade Brasileira de Obstetrícia Pediátrica, Márcio Akkari, afirmou à BBC que são muito comuns lesões causadas por brincadeiras em pula-pula: “As mais comuns são torções ou fraturas no tornozelo, por pisar de mau jeito, e fraturas do punho, causadas quando as crianças tentam se apoiar ao cair”. Além de dedos fraturados por causa de uma mão pisada por outra criança.
A questão se agrava porque os ossos e as cartilagens das crianças ainda não estão totalmente formados como os dos adultos, sendo, por isso, bem mais frágeis. O pediatra orienta que não se deve deixar juntas crianças com idades diferentes no pula-pula, porque aos 13 anos uma criança tem a formação óssea mais firme do que uma criança de 7 anos, por exemplo.
A “brincadeira”, além de machucar, demora para sarar. Akkari explica que, dependendo da colisão, um tornozelo quebrado pode ficar até 3 meses imobilizado.
Já o ortopedista Maurício Rangel, integrante da Sociedade Brasileira de Ortopedia Pediátrica, recomenda que crianças com menos de 6 anos não usem o pula-pula.
Além de seguir as recomendações dos especialistas, os pais podem averiguar se os equipamentos atendem aos requisitos mínimos de segurança.
A ONG Criança Segura recomenda que os pais ou responsáveis observem se o equipamento é coberto por um tecido na parte das molas. Isso porque as molas podem causar lesões graves. Além disso, o pula-pula deve ter barras laterais revestidas, acolchoadas e redes protetoras, informa O Globo.
Observe se o brinquedo está ancorado no chão e se tem a saída de ar antes referida no texto.
O principal tipo de lesão provocado pelos brinquedos infláveis são as fraturas, sobretudo, nos membros superiores. Locais como punho, antebraço e cotovelo são as regiões mais afetadas. Quando a fratura ocorre no membro inferior, a tíbia (osso da perna) é o local mais comumente atingido.
Geralmente as fraturas são ocasionadas por colisão entre crianças ou pela queda de uma criança sobre o membro de outra. A faixa etária que mais se machuca é aquela abaixo dos 6 anos.
Por mais que se oriente que esse tipo de brincadeira deve ter a supervisão de um adulto, em 60% dos casos de acidentes, o pula-pula não estava sendo supervisionado por nenhum adulto, de acordo com o site Criança e Saúde.
Muito cuidado inclusive com o pula-pula domiciliar, também conhecido como cama elástica, pois ele costuma não ter barras protetoras laterais com rede.
O GreenMe fez uma matéria alertando sobre acidentes domésticos com crianças e os procedimentos de segurança que devem ser observados para evitá-los. Confira → COMO GARANTIR BRINCADEIRAS COM DIVERSÃO E SEGURANÇA
Brincadeira feliz é brincadeira segura.
Certifique-se de que a criança sob a sua supervisão está brincando com todas as garantias de segurança.
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