Cerca de 386 mil crianças nasceram em todo o mundo no Dia de Ano Novo. Destas, 90% estão nas regiões menos desenvolvidas e algumas delas não viverão além do primeiro dia. O primeiro bebê de 2018 – uma meninazinha – nasceu à 1:44 da noite de Ano Novo em Suva, a capital da ilha Fiji.
Isso é o que fora revelado pela UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), que colaborou com o World Data Lab para obter esses dados:
Ao longo das duas últimas décadas, o mundo tem testemunhado progressos sem precedentes na sobrevivência infantil, reduzindo pela metade o número de crianças que morrem em todo o mundo antes do quinto aniversário, para um total de 5,6 milhões em 2016. Mas, apesar desses avanços, no caso dos recém-nascidos, a situação ainda não é boa. As crianças que morrem durante o primeiro mês representam 46% de todas as mortes de crianças menores de cinco anos.
É por isso que, no próximo mês, a UNICEF lançará uma campanha global denominada Every Child Alive para solicitar e fornecer soluções de saúde acessíveis e de qualidade para todas as mães e seus recém-nascidos. São coisas simples e fundamentais: um fornecimento constante de água potável e eletricidade nas instalações de saúde, a presença de um assistente durante o parto, a desinfecção do cordão umbilical, a amamentação na primeira hora após o nascimento e o contato pele a pele entre mãe e filho.
“Estamos entrando em uma era em que todos os recém-nascidos do mundo devem ter a oportunidade de alcançar o século XXII”, explica Stefan Peterson, responsável por Saúde na UNICEF. “Infelizmente, quase metade das crianças que nasceram este ano provavelmente não conseguirão. Uma criança nascida na Suécia, em janeiro de 2018, tem mais chances de viver até 2100 enquanto uma criança na Somália poderá não chegar ao ano de 2075.”
Desigualdades regionais marcam o número de mortalidade infantil no Brasil. Em 2015 foram 37,5 mil casos. Norte e Nordeste registram os maiores números por questões de precariedade já no pré-natal, além da falta de infra-estrutura hospitalar e do difícil acesso aos serviços de saúde que impeçam ou diminuam os casos de infecções e pneumonia que podem causar a morte prematura dos bebês.
O Brasil seria o 10° país na lista mundial do número de nascidos em 2018. Mas, como alerta o UOL, 56% de todos os partos brasileiros (sejam públicos que privados) são feitos por cesária e, neste método onde se escolhe o dia do nascimento, é pouco provável que se programe o nascimento justo no feriado. Mais de 50% de parto cesáreo é um número absurdo considerando a média mundial de 18%!
Mas há situações piores. Guerra, fome e epidemias marcam países como o Iêmen e Minamar, lugares que passam por uma verdadeira crise humanitária.
Um futuro melhor para as 386.000 crianças nascidas no 1° dia do ano, é o que desejamos à elas!
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