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O dia 12 de outubro é uma data para lá de especial: é um marco para lembrarmos da importância da valorização da infância e, também, da leitura como vetor para a formação humana e cidadã.
O 12 de outubro celebra os direitos de crianças e adolescentes, visando a conscientizar os adultos sobre os cuidados necessários durante essa fase da vida.
Embora no Brasil a data seja celebrada desde 1924, foi em 1960 que se tornou popular, graças a uma campanha da fábrica de brinquedos Estrela, em parceria com a Johnson & Johnson, que criou a “Semana do Bebê Robusto”, uma estratégia de marketing para aumentar as suas vendas.
É claro que o comércio se aproveita, desde então, do 12 de outubro para seduzir pais e crianças a comprarem brinquedos. Mas o verdadeiro significado não deve ser esvaziado nas compras. Aliás, pode-se muito bem passar-se a data sem comprar um brinquedo e valorizando o que realmente importa: o cuidado, o afeto, a proteção e o estar junto.
O 12 de outubro foi instituído, em 2009, como o Dia Nacional da Leitura, a fim de incentivar a prática da leitura entre crianças, jovens e adultos, já que a leitura é fundamental para a formação do senso crítico, para o estímulo à criatividade, à imaginação, à identidade e para o conhecimento linguístico dos leitores. A data também celebra a Semana Nacional da Leitura e da Literatura no Brasil.
Para celebrar o Dia das Crianças e o Dia Nacional da Leitura, no lugar de presentes pouco lúdicos, você pode promover atividades mais divertidas e instigantes para a imaginação das crianças e adolescente, como:
• Ir à biblioteca com a criançada;
• Visitar uma Feira do Livro;
• Passar o dia com os amigos numa livraria;
• Doar livros para bibliotecas, escolas ou outros espaços públicos;
• Encenar uma peça teatral a partir de uma história literária;
• Declamar um poema.
Um projeto de pesquisa bastante interessante que pode ser usado por pais e professores em um belo passeio pela cidade pode ser encontrado no catálogo Patrimônio e Leitura, que apresenta narrativas de teor memorialista, histórico-ficcional de aventura a poesia. As resenhas do catálogo tratam de temas como a cultura popular, a memória como construção individual e coletiva, a oralidade como transmissão do saber, a iconografia como forma de registro documental, tendo por objetivo legitimar outras formas de ver o Patrimônio.
A pesquisadora e professora Margareth Mattos, em sua tese de doutorado pela Universidade Federal Fluminense, explica que, a partir do século XVIII, com a nova organização de família pela burguesa, desenvolveu-se uma concepção de infância diferente da que se tinha até então. A literatura para a infância nasce vinculada à pedagogia, isto é, ela ganha valor utilitário e não apenas estético.
Ainda segundo a pesquisadora, quando a literatura consegue superar o discurso meramente utilitário e passa a privilegiar o discurso estético, ela atinge outra relação com o leitor, proporcionando-lhe conhecimento e autoconhecimento, recreação, recriação, fruição e capacidade de produzir múltiplos sentidos, tornando o leitor sujeito da e na leitura.
Pela leitura, a criança pode desenvolver habilidades intelectuais e emocionais que podem torná-la um adulto mais confiante e capaz de desenvolver-se como sujeito. Não é privando a criança do contato com obras literárias, museus, etc. isto é, com bens culturais, que teremos uma sociedade formada por homens de pensamento e alma livres de preconceito.
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