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Você que está se preparando para amamentar seu filhote, ou você, que ainda nem sabe se quer amamentar, recomendo que estudem sobre a questão do aleitamento materno e destrinchem tudo o que é importante saber para a saúde do bebê, e a sua também.
Amamentar é um processo natural de todos os mamíferos, categoria animal à qual nós, seres humanos, pertencemos. E há razões para que assim seja: trata-se da saúde de ambos que se beneficia com o ato de amamentar.
Veja porquê: o aleitamento, a formação de leite materno, é resultado de uma série de ações hormonais que nosso organismo sofre em decorrência da gravidez. Quando digo que sofre não quer dizer que isto seja um sofrimento, você entende. A liberação de hormônios faz parte de todos os processos biológicos e, estes têm a função de gerar vida e equilíbrio.
O leite materno, já se sabe, é um líquido esbranquiçado, adocicado, na temperatura e consistência ideais para o bebê recém nascido. Além do mais, o leite materno contêm a carga de imunidade suficiente para que, qualquer bebê, possa superar os primeiros 6 meses de vida, que é quando a criança já teve tempo de criar e fortalecer seus sistema imunológico. Este é o alimento ideal para seu filho, pode ter a certeza.
Durante a gravidez ocorre a liberação, pela placenta, dos hormônios – estrogênio e progesterona – que vão preparando os seios humanos (ocorre igual nos outros mamíferos) para o futuro aleitamento. Os seios vão crescendo, inchando, ficando mais sensíveis e seus vasos sanguíneos se dilatam para aumentar o fluxo de líquidos.
A auréola dos seios ficará mais escura, maior e sua pele se preparará para aguentar o processo de sucção – sempre é bom ajudar esse processo com massagens circulares usando uma toalha seca assim as auréolas se enrijecem e resistem melhor.
O colostro se forma e já pode escorrer no último mês de gravidez, ou até antes mas, o leite só subirá após o parto, pela descarga de prolactina e ocitocina. A prolactina é o hormônio que origina a formação do leite e a ocitocina, aquele que permite as contrações uterinas necessárias tanto à expulsão do feto quanto à recuperação do útero, fechando os vasos sanguíneos e impedindo a hemorragia, recuperando os tecidos após o parto.
O leite materno protege o bebê de uma série de doencinhas que podem ocorrer nos primeiros tempos de vida. Dentre estes estão:
● otites
● alergias
● vômitos
● diarréias
● pneumonias
● bronquiolite
Mas, ainda há outras vantagens para o bebê alimentado com leite materno. Dentre estas estão:
● melhor desenvolvimento mental
● é mais fácil de digerir o leite materno do que qualquer outro leite ou alimento
● estabelece uma ligação emocional forte e precoce, entre a mãe e a criança – um vínculo afetivo que, futuramente, facilitará o desenvolvimento emocional da criança e sua capacidade de desenvolver relações interpessoais
● a sucção forte do bebê para retirar o leite do seio materno ajuda na formação da cavidade bucal, dentes e sistema respiratório
● a mãe que amamenta recupera sua forma física mais rapidamente pois, amamentar faz com que aumente a quantidade de ocitocina no seu corpo, o útero se contrai, a barriga volta ao lugar
● amamentar também reduz a ansiedade
● queima calorias, reduz medidas e traz segurança interior
● a amamentação protege o organismo materno do desenvolvimento de câncer de mamas, de câncer de ovários e da osteoporose
● se você faz amamentação exclusiva (só alimenta seu bebê com seu próprio leite durante longos meses) muito provavelmente a sua menstruação não ocorrerá durante este período e você não sofrerá perdas de sangue e ferro (xô, anemia)
● é muito prática a amamentação ao peito – o leite está sempre lá, quentinho e saudável – e também é muito barata pois, o leite se forma dentro de você sem que seja preciso nada mais do que os alimentos que você já consome.
Essa é uma pergunta que as mães que amamentam sempre se fazem: sim, tudo o que você ingere, seja alimento ou não, vai afetar a constituição do leite que você produz. Então, durante este período é importante que você tenha, ainda mais, uma alimentação saudável e equilibrada, evitando alguns alimentos que podem produzir gases ou dificuldades de digestão.
O leite materno é muito digestivo, perfeitamente adequado para o bebê mas, caso você esteja com problemas de digestão, seu bebê também os sentirá – se você tiver muitos gases, seu bebê também os terá e, consequentemente, mais cólicas o incomodarão.
E, para você saber o que é que pode ter feito mal, da sua alimentação ao bebê, basta ter em conta aquilo que você comeu na última refeição:
● alteram o sabor do leite: couve, repolho, brócolis, couve-flor, pepino, pimentão, nabo, alho, cebola e aspargos
● reação alérgica no bebê: leite e seus derivados e todos os alimentos ou produtos para os quais os pais sejam alérgicos
● irritabilidade gástrica: chocolate e café
● desconforto abdominal com gases: leguminosas em geral
● outras reações (gases, irritação gástrica, diarreia ou prisão de ventre, coriza e irritação cutânea): frutas cítricas, morangos e kiwi
Mas, não só alimentos “passam” para o leite. Também passam para o leite alguns medicamentos e produtos químicos. Portanto, todo cuidado é pouco e, vale a pena restringir o uso de produtos dermatológicos à base de químicos, o uso de cigarro, café e chocolate, alguns óleos essenciais que não são benéficos para o bebê e, alimentos que possam alterar o sabor do seu leite.
Há uma série de crenças negativas sobre os efeitos da amamentação: que o leite é fraco ou não desce, que os seios vão cair, que o bebê vai fazer o peito de chupeta, que a criança chora de fome porque o leite não sustenta. E tão reais são as verdades sobre o aleitamento materno que é uma pena enorme ainda existirem mulheres que se deixam convencer a não amamentar. Não amamentar só prejudicará a você e ao seu filho e, comprar leite em pó, da qualidade que for, só aumentará os lucros da indústria farmacêutica.
Toda mãe, a não ser aquela que está muito enfraquecida por alguma doença, tem condições naturais de amamentar. Claro, é preciso que a mãe possa descansar, se alimentar suficientemente, tomar água sempre que sinta sede e, principalmente, se sentir segura e confortável – nestas condições o leite fluirá na qualidade e quantidade que seu bebê requer.
Na dúvida, dê o peito! E, quanto mais der, mais leite sairá dele pois, a produção aumenta quanto mais seu bebê requer. Então, não existe isso de “fazer peito de chupeta” – ah, e claro, todo bebê está no que se conhece como “fase oral”, ou seja, todo o seu prazer vem pela boca, e sugar o peito da mãe é um dos maiores prazeres, não tenha dúvidas.
Bem, já falamos sobre algumas ervas boas para aumentar a produção de leite materno aqui, que são, por exemplo, o feno-grego, a erva-doce, o funcho, o cominho, a limonete.
Toda planta que ajuda nosso corpo a produzir mais leite é chamada de galactagoga e, aqui te dou também uma lista das mais usadas, mundo afora:
● Urtigas (Urtica urens e Urera baccifera),
● o anis-estrelado,
● o cardo-santo (Cnicus benedictus),
● a flor da agoniada (Plumeria lancifolia),
● a cana-de-açucar (Saccharum officinarum)
● algumas verbenas (leia aqui sobre essa família tão boa para chás),
● a melissa (Melissa officinalis),
● a tilia (Tilia platyphyllos ou a Tilia cordata),
● o poejo (Mentha pulegium),
● a rosa-silvestre (Rosa canina) e muitas outras do mundo todo.
O bebê deve ser alimentado quando tem fome, esteja você em casa ou em qualquer outro lugar. Claro, sempre tem gente, preconceituosa ou falsamente moralista, que pode querer implicar com você por amamentar em público. Mas, você também deve saber que amamentar em público não é proibido, não é imoral, não é feio (aliás, é lindo!) e mais ainda, que é seu direito, seu e da sua criança, um direito defendido por lei em muitos lugares do mundo. Mas, claro, todo direito deve ser defendido, permanentemente.
Leia mais: ALEITAMENTO MATERNO EM SP: PERMITIR É LEI, CONSTRANGER É PROIBIDO
Hoje, o ato de amamentar em público se transformou em um movimento de rebeldia que busca defender o direito de mães e filhos – é a Hora do Mamaço, que vem acontecendo sempre que, em algum lugar do mundo, o ato de amamentar em público é coibido. Participe, seja você mais uma mãe que, se respeitando, exige o respeito da sociedade.
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