Nada preocupa mais às mães, pais e cuidadores do que a saúde do bebê. Quando surgem casos de irritação, prurido e erupções cutâneas, a solução é quase sempre tentar resolver o problema por eliminação. Foi justamente ao analisar situações dessa natureza que pesquisadores da University of Connecticut School of Medicine descobriram que a causa dessas reações pode estar em lenços umedecidos utilizados para a higiene dos bebês.
Nos casos mais recorrentes, é comum atribuir o surgimento de erupções cutâneas ou pruridos à toxicidade do sangue e a falta de eficiência dos órgãos dos bebês em eliminar as toxinas.
Além disso, reações alérgicas a uma ampla gama de elementos também podem ser causa de lesões na pele, inflamação e vermelhidão, por isso a dificuldade em se notar a necessidade de uma análise como específica.
O estudo da Connecticut analisou seis quadros de erupção cutânea que insistiam em permanecer nas crianças mesmo após os tratamentos padrões de eliminação da causa. Uma das pesquisadoras, dra. Mary Wu Chang, registrou o primeiro caso quando analisou uma garota de 8 anos que apresentava irritação e vermelhidão descomunal ao redor dos lábios e também nas nádegas.
Mesmo que o tratamento convencional com esteroides e antibióticos tivesse sido feito, os sintomas sempre reapareciam. Assim que o histórico médico da garota foi analisado, Chang considerou a possibilidade das erupções cutâneas estarem sendo causadas por lenços de bebê utilizados nela.
Com os testes realizados, dra. Chang foi capaz de perceber que as reações estavam sendo causadas pelo elemento metilisotiazolinona, um tipo de conservante encontrado em diversos produtos da indústria de cosméticos. Essas reações foram percebidas cientificamente quando Chang testou se o organismo da garota era alérgico a metilisotiazolinona. Neste caso, assim que o contato com a substância foi cessado, as erupções também desapareceram.
Após o primeiro caso, a dra, Mary Wu Chang foi capaz de detectar as mesmas reações alérgicas em outras cinco crianças que apareceram junto aos pais com a mesma queixa. Tão logo as crianças deixavam de serem expostas à substância metilisotiazolinona, os sintomas de erupção cutânea desapareciam. “Acho que isso pode ser mais comum do que as pessoas imaginam”, relata Chang a respeito da reação dos bebês e das pessoas ao elemento.
Os resultados são reforçados também pelo dr. Robin Gehris, médico, professor associado e chefe de departamento pediátrico da University of Pittsburgh Medical Center.
“Penso que essa é uma questão realmente importante, mas quando você diz a um paciente que não se deve utilizar lenços umedecidos eles nos olham como se tivéssemos duas cabeças. É difícil para as pessoas aceitarem que algo que se diz hipoalérgico possa causar problemas devido a uma substância”.
Gehris enfatiza ainda que a indústria de cosméticos aumentou o uso de metilisotiazolinona em pelo menos 25 vezes nos últimos anos. Além de lenços de bebês, essa substância é encontrada em maquiagens, xampus, loções e etc, por isso é necessário prestar bastante atenção.
As recomendações são para que estejamos sempre atentos aos elementos presentes em cada um dos produtos que iremos adquirir. Caso notemos a presença de metilisotiazolinona, o produto não deve ser adquirido. Embora a utilização do lenço umedecido seja muito prática, principalmente quando estamos fora de casa, é extremamente aconselhado que se utilize um lenço normal umedecido com água, a fim de evitar o uso de conservantes como a metilisotiazolinona.
Até o momento, sabe-se que o organismo de diversas crianças têm rejeitado a o contato com estes conservantes e variados outros produtos químicos impostos pela indústria. Portanto, é no mínimo fundamental que sejam utilizados produtos orgânicos, sem adições químicas que possam fazer mal para a saúde do bebê, garantindo assim um crescimento e um desenvolimento saudável.
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