Seu filho comete pequenos furtos? Veja o que isso pode significar


Às vezes uma atitude que aparece de forma isolada passa sem nos darmos conta. À medida em que ela fica constante, percebemos que há um problema. Ou não. Em casos de pequenos furtos praticados por crianças, muitos pais preferem não ver o que está acontecendo. Mas essa atitude é um sinal ao qual os pais precisam estar atentos.

Os furtos começam a se tornar visíveis quando os próprios pais percebem que alguns objetos começam a sumir “misteriosamente” de suas casas ou de lugares aonde foram visitar. De repente, eles são achados na mochila ou no bolso da criança. O que fazer diante dessa situação? Como educar a criança sem constrangê-la?

Afinal, por que algumas crianças começam a roubar? O site Ninguém cresce sozinho tenta ajudar os pais respondendo a essa questão. As crianças buscam uma explicação para aquilo que não compreendem racionalmente pela via emocional.

Até os 3 anos, a criança está na fase da constituição primária do seu ser. É comum que ela tome algum objeto que não é seu como sendo seu. Elas até verbalizam isso com um “É meu!” para dizerem que gostaram de um objeto e querem que ele fique perto delas. Nesse momento, o adulto deve intervir para que ela reconheça o que pertence a ela e o que é de outra pessoa.

Entre os 4 e 5 anos, a criança começa a se dar conta da alteridade e passa a diferenciar melhor o “eu” do “outro”. Consequentemente, o conceito de propriedade começa a ficar mais claro para ela. Logo, ao tentar tomar posse de algo que não lhe pertence, a criança pode estar querendo testar os limites de regras, se estão atentos a ela e quem está, o que acontece quando ela se apropria do que não é seu.

a partir dos 6 anos, a criança já tem uma ideia mais consistente sobre as regras sociais. Sendo assim, é de se esperar que ela seja consciente de que furtar é errado, mas, ao tentar fazê-lo, tal atitude ganha significados como de potência e valorização ao mesmo tempo em que ela pode estar pedindo um limite. Passa a ser comum que a criança comece a furtar em supermercados, lojas de doces, padarias e etc. Se os furtos começarem a ser percebidos, o adulto precisa intervir, mesmo que monetariamente o objeto tenha um valor irrisório.

Como intervir em casos de furtos praticados por crianças?

É preciso cuidado no momento de o adulto lidar com furto da criança, para que ela não fique impactada com a acusação de ladra. A humilhação seguida de punição não são as melhores estratégias para lidar com o problema. É necessário que a criança se dê conta de que o objeto não lhe pertence e que seja lembrada de que existem regras para se viver em sociedade e que, ao infringi-las, existem, também, consequências.

Às vezes, uma criança que “tem tudo” começa a furtar o que não é seu. Ignorar essa atitude não vai chegar ao problema, podendo até agravá-lo, levando-a, futuramente, a estabelecer os furtos de forma recorrente. Tampouco a criança deve ser humilhada e sentir-se culpada pela sua atitude.

Os pais devem fazer uma reflexão sobre o que pode estar provocando o ato de furtar em seus filhos. Às vezes, uma alteração na rotina da família ou uma mudança comportamental podem causar reações inesperadas nas crianças. Uma criança que aparenta ter tudo pode não ter o fundamental: cuidado, amor, carinho, respeito, atenção.

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Gisella Meneguelli

É doutora em Estudos de Linguagem, já foi professora de português e espanhol, adora ler e escrever, interessa-se pela temática ambiental e, por isso, escreve para o greenMe desde 2015.


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